15
Jan07
Intervalo
sissi
Minha querida,
entendo e não entendo porque choras. Percebo que a solidão te mate, pouco a pouco, a capacidade de aspirar a qualquer coisa que nos aqueça devagarinho. Percebo que ela te faça achar que, na realidade, não és nem nunca vais ser feliz, porque, desgraçada, a brisa da serotonina não olha na tua direcção. Percebo que aches que escolhes mal, que, aliás, somos infalíveis e temos obrigação de ver para além dos sorrisos dos outros e das suas palavras bonitas. Entendo que já não sorrias porque te falta a muleta (sim minha querida, aquilo não era mais que uma muleta...) que te fazia sentir mais próxima de todos os outros que carregam não os seus maridos, namorados e companheiros mas as suas muletas, que os impedia, como a ti, de cair no buraco da solidão acompanhada.
O que não compreendo minha querida, é como te deixas ir nessa falácia. Não entendo como consegues olhar para as tuas crias e falar em desamor. Como não consegues olhar à volta e perceber que se o destino ainda não te solucionou as carências refervidas, não é porque sejas menos importante ou digna de amor que os outros. É porque para além dos tiros no pé que todos insistimos em dar, encontrar em quem tropeçar e ficar é uma demanda que exige atenção, respeito por si mesma, optimismo. Em suma, exige que estejamos de bem com a vida. E isso minha querida, a espaços, falhou-te.
Mas como acredito em ti, mais que tu mesma, sei que esse luto termina em breve. Como sempre, estou por aqui.
entendo e não entendo porque choras. Percebo que a solidão te mate, pouco a pouco, a capacidade de aspirar a qualquer coisa que nos aqueça devagarinho. Percebo que ela te faça achar que, na realidade, não és nem nunca vais ser feliz, porque, desgraçada, a brisa da serotonina não olha na tua direcção. Percebo que aches que escolhes mal, que, aliás, somos infalíveis e temos obrigação de ver para além dos sorrisos dos outros e das suas palavras bonitas. Entendo que já não sorrias porque te falta a muleta (sim minha querida, aquilo não era mais que uma muleta...) que te fazia sentir mais próxima de todos os outros que carregam não os seus maridos, namorados e companheiros mas as suas muletas, que os impedia, como a ti, de cair no buraco da solidão acompanhada.
O que não compreendo minha querida, é como te deixas ir nessa falácia. Não entendo como consegues olhar para as tuas crias e falar em desamor. Como não consegues olhar à volta e perceber que se o destino ainda não te solucionou as carências refervidas, não é porque sejas menos importante ou digna de amor que os outros. É porque para além dos tiros no pé que todos insistimos em dar, encontrar em quem tropeçar e ficar é uma demanda que exige atenção, respeito por si mesma, optimismo. Em suma, exige que estejamos de bem com a vida. E isso minha querida, a espaços, falhou-te.
Mas como acredito em ti, mais que tu mesma, sei que esse luto termina em breve. Como sempre, estou por aqui.