21
Jan05
No outro dia fui a uma casamento onde era a única solteira
sissi
A feliz notícia já me tinha chegado via noiva alguns dias antes, motivo mais do que justificado para inventar um súbito Panariço ou mesmo uns quantos Bicos de Papagaio. Mas para além da celulite e camadas adiposas, a idade tem-me trazido também um constragimento estranho na mentira. Estranho porque quando era uma chavala mentia aos meus pais a todas as horas do dia para que pudesse acudir às urgências com que a minha vida adolescente me atormentava a existência. Hoje em dia, tenho este handicap dermatológico, a que se convencionou chamar de «corar», que me aparece na cútis a cada peta que mando. Deixei-me disso. Tergiverso.
Estava eu a dizer que fui a um casamento onde, nem os noivos, mesmo antes de casar, eram solteiros (este blog é tão bom, tão bom, que até tem charadas...). Qual Lince da Malcata, era a única espécie em vias de extinção a quem o anelinho não brilhava no dedo. O que até é normal. Casar diz-me zero e só o faria para dar a alegria extrema à minha mãe de poder estar no altar de capeline e tailleur Chanel. Nunca sonhei com isso, nem quando era pequena e as bonecas que nos davam vinham kitadas com os outfits de boda. Aos 15 anos, mais depressa fantasiava com a ideia de que iria mudar o mundo, do que partilhava das conversas das amigas de colégio quanto ao aspecto do vestido de noiva.
Ora devem imaginar a minha estranheza ao dar por mim a chorar (pronto, a soluçar), quando o Avé Maria entra a par da minha amiga, vestida de noiva linda, mais feliz do que nunca. Mais tarde, percebi que o que me emociona não é o vestido, nem a boda. É a felicidade. Tergiverso. Outra vez.
Estava eu a dizer que fui a um casamento onde, nem os noivos, mesmo antes de casar, eram solteiros (este blog é tão bom, tão bom, que até tem charadas...). Qual Lince da Malcata, era a única espécie em vias de extinção a quem o anelinho não brilhava no dedo. O que até é normal. Casar diz-me zero e só o faria para dar a alegria extrema à minha mãe de poder estar no altar de capeline e tailleur Chanel. Nunca sonhei com isso, nem quando era pequena e as bonecas que nos davam vinham kitadas com os outfits de boda. Aos 15 anos, mais depressa fantasiava com a ideia de que iria mudar o mundo, do que partilhava das conversas das amigas de colégio quanto ao aspecto do vestido de noiva.
Ora devem imaginar a minha estranheza ao dar por mim a chorar (pronto, a soluçar), quando o Avé Maria entra a par da minha amiga, vestida de noiva linda, mais feliz do que nunca. Mais tarde, percebi que o que me emociona não é o vestido, nem a boda. É a felicidade. Tergiverso. Outra vez.
Vieram os «comes». Onde sentar a única gaja solteira da festa? Na mesa dos putos, pois claro. E onde estava localizada a mesa dos putos? Na ponta da sala. Depois de me entumescer a narina umas quantas vezes, decidi cagar e aproveitar. Os miúdos são engraçados. No fim, já competiam pelo colo da Tia tanto quanto eu reclamava o carinho deles. Teria dispensado, no entanto, que uma gaja vestida de palhaça tivesse estado toda a santa noite a insistir para me pintar a cara de borboleta, tal como tinha feito às crianças...Tive que lhe explicar que, apesar de na maioria das vezes só dizer merda, já conto cá com trinta no buxo e que, como tal, a minha noção do ridículo diminuía ao mesmo ritmo que aumentava a minha falta de pachorra para palhaços...
Maneiras que foi assim.