03
Jan07
Olé!
sissi
É verdade. O meu «révélhão» foi passado em terras outrora inimigas, hoje em dia bastante prazerosas para mim porque adoro machame com salero. Pois que me fui até Sevilla, comer tapas e levar tapinhas, o que, como toda a gente sabe, não dói.
Mas dos tapinhas falarei mais adiante. Falo hoje das sevilhanas, não as danças, mas as gajas. Não sei se já repararam, mas as espanholas são umas pândegas do melhor. Arreiam-se como se todos os dias fossem dia de ópera, andam de nariz empinado e cabeça levantada, faça chuva ou faça sol.
Uma vez em Sevilha, decidi aproveitar as maravilhas da cidade, para lá do Rioja e das Tapas, e vai de descobrir um bar para beber umas «copas». E foi aqui que encontrei assunto para vos escrever. Depois de pedir ao balcão, sentei-me a apreciar o espectáculo de duas mulheres que dançavam, sevilhanas, ao som de uma guitarrada que chorava acompanhando um timbre típicamente andaluz. Até aqui tudo bem. Porém, se pensam que as ditas senhoras encaixavam no estereotipo da mulher sensual, esqueçam. Eram gordas, bem gordas, mas não deixaram de se levantar e animar aquela roda de música com meneios sensuais num pas-de-deux sevilhano que me encantou.
Pensei, quase acto-contínuo, se o quadro que via se repetiria por cá. Se duas mulheres, cujas medidas não cabem no metro social, se levantariam e dançariam juntas, perante o olhar alheio, como se mais mundo não existisse para além da voz arrastada daquele tablao improvisado.
Julgo que não. Por cá ainda gostamos muito de rotular os gordos e as gordas. Gostamos que eles sejam escape para as nossas próprias gorduras mentais. Como se a gordura e os pneus fossem um impedimento e não uma morfologia.
Vidas.
Mas dos tapinhas falarei mais adiante. Falo hoje das sevilhanas, não as danças, mas as gajas. Não sei se já repararam, mas as espanholas são umas pândegas do melhor. Arreiam-se como se todos os dias fossem dia de ópera, andam de nariz empinado e cabeça levantada, faça chuva ou faça sol.
Uma vez em Sevilha, decidi aproveitar as maravilhas da cidade, para lá do Rioja e das Tapas, e vai de descobrir um bar para beber umas «copas». E foi aqui que encontrei assunto para vos escrever. Depois de pedir ao balcão, sentei-me a apreciar o espectáculo de duas mulheres que dançavam, sevilhanas, ao som de uma guitarrada que chorava acompanhando um timbre típicamente andaluz. Até aqui tudo bem. Porém, se pensam que as ditas senhoras encaixavam no estereotipo da mulher sensual, esqueçam. Eram gordas, bem gordas, mas não deixaram de se levantar e animar aquela roda de música com meneios sensuais num pas-de-deux sevilhano que me encantou.
Pensei, quase acto-contínuo, se o quadro que via se repetiria por cá. Se duas mulheres, cujas medidas não cabem no metro social, se levantariam e dançariam juntas, perante o olhar alheio, como se mais mundo não existisse para além da voz arrastada daquele tablao improvisado.
Julgo que não. Por cá ainda gostamos muito de rotular os gordos e as gordas. Gostamos que eles sejam escape para as nossas próprias gorduras mentais. Como se a gordura e os pneus fossem um impedimento e não uma morfologia.
Vidas.