21
Nov06
Singles
sissi
Se pudesse dar um cognome a Lisboa, e dentre todos os atributos que a cidade encerra, há um epíteto que me vem logo à cabeça: casada.
Ao contrário de Londres, onde se vive com a liberdade que só as grandes metrópoles permitem, Lisboa, qual casulo de bicho-da-seda, está pejada de casais. De volta ao burgo, reparo que homens e mulheres encontram nessa finisterra de entendimento substrato e adubo para a sua própria vivência.
Parece que o celibato está fora de moda. Parece mesmo que ser-se solteiro em Lisboa é como pertencer a um grupo separatista, verdadeiros braços armados da revolução conjugal. De outra forma não se entende a necessidade de acasalar por acasalar e, uma vez aí chegados, não rumar a Sul quando o Inverno chega.
Os casais dominam a cena social. Como se o número dois fosse mais apelativo que o um e os ímpios solteiros fossem menos dignos de luz que os outros. O tempo dos amigos altera-se a partir do momento em que um significant other invade as suas vidas e os convites para jantar lá em casa passam a ser beneplácito do socialmente aceite. Afinal de contas, quem é que vai querer ser confrontado com a aparente liberdade de um homem solteiro? Ou com a suposta leveza de vida de uma celibatária que é, verdadeiramente dona do seu tempo?
Não se trata aqui de apregoar uma ou outra condição. Cada um com a sua. Mas o apagamento da reflexão e escolha individual, verdadeira fonte de evolução humana, em detrimento de uma vivência que apenas permite a escolha em casal é, ironicamente, o principal factor de ruína dessa instituição. Pensar EM conjunto será sempre diferente de pensar PARA o conjunto.
Vidas.
Ao contrário de Londres, onde se vive com a liberdade que só as grandes metrópoles permitem, Lisboa, qual casulo de bicho-da-seda, está pejada de casais. De volta ao burgo, reparo que homens e mulheres encontram nessa finisterra de entendimento substrato e adubo para a sua própria vivência.
Parece que o celibato está fora de moda. Parece mesmo que ser-se solteiro em Lisboa é como pertencer a um grupo separatista, verdadeiros braços armados da revolução conjugal. De outra forma não se entende a necessidade de acasalar por acasalar e, uma vez aí chegados, não rumar a Sul quando o Inverno chega.
Os casais dominam a cena social. Como se o número dois fosse mais apelativo que o um e os ímpios solteiros fossem menos dignos de luz que os outros. O tempo dos amigos altera-se a partir do momento em que um significant other invade as suas vidas e os convites para jantar lá em casa passam a ser beneplácito do socialmente aceite. Afinal de contas, quem é que vai querer ser confrontado com a aparente liberdade de um homem solteiro? Ou com a suposta leveza de vida de uma celibatária que é, verdadeiramente dona do seu tempo?
Não se trata aqui de apregoar uma ou outra condição. Cada um com a sua. Mas o apagamento da reflexão e escolha individual, verdadeira fonte de evolução humana, em detrimento de uma vivência que apenas permite a escolha em casal é, ironicamente, o principal factor de ruína dessa instituição. Pensar EM conjunto será sempre diferente de pensar PARA o conjunto.
Vidas.