31
Jul06
Não matem o broche
sissi
O broche está subvalorizado. Não matem o broche. Não façam dele uma coisa insidiosa e percebam que ele é mais do que apenas a vontade de ter um orgasmo.
O broche não é um recurso. Não é alguma coisa a que devamos recorrer quando mais nada funciona ou quando a única parte do corpo que mexe é a imaginação. O broche não merece o desleixo e o cansaço. E muito menos a complacência dos amantes. Amigo de mão e de boca, o broche é mandado para a conversa como quem se contenta com uma lata de atum sem perceber que ali está o melhor do caviar iraniano.
E nesta confusão de sabores não há género. Tanto é o gajame macho que se entrega e se torna madraço, como o grelame fêmeo que age de forma pouco caprichosa perante a preguiça.
O melhor exemplo que conheço de maus tratos infligidos sobre o broche dá-se em início de dança. Quando a mulher faz notar que ainda é cedo para o sexo, que se conhecem há pouco tempo, que não, ela não é como as outras, ou qualquer outra ideia sobreposta à evidência «não me apetece foder nem me apetece explicar-te porquê», o macho, na sua imensa generosidade, faz saber que não tem mal, que ele também não é como os outros, ou qualquer outra ideia sobreposta à evidência «posso já não foder hoje mas um broche terei sempre».
Portanto, um broche é um second best em vez de um second to none. É o Mourinho do Barcelona, o Goebbels, o adjunto. Em casos extremos, é até o treinador de bancada. O que manifesta intenção mas, no fundo, não apita nada.
Matar o broche é também não exigir um minete. Obviamente que caminham juntos, não obrigatoriamente ao mesmo tempo ou de mão dada, mas sempre, sempre pelo mesmo traçado. É simples. Dar e receber, troca por troca. A quantas de vós, estimadas súbditas, vos foi feito um minete depois de terem feito um broche? Quantas vezes o vosso orgasmo e o vosso prazer foi substituído pelo cigarro costumeiro ou pela aniquiliadora frase «que bom...bolas, agora fiquei mesmo cansado...». Tudo isto é matar o broche. Neste caso, é fuzilá-lo por defeito do nosso próprio prazer. Porque ele as há que lhes tomam raiva e acabam por exterminá-lo por despeito.
E compreende-se.
Por tudo isto e muito mais, vive la pipe! Long live the blowjob!
O broche não é um recurso. Não é alguma coisa a que devamos recorrer quando mais nada funciona ou quando a única parte do corpo que mexe é a imaginação. O broche não merece o desleixo e o cansaço. E muito menos a complacência dos amantes. Amigo de mão e de boca, o broche é mandado para a conversa como quem se contenta com uma lata de atum sem perceber que ali está o melhor do caviar iraniano.
E nesta confusão de sabores não há género. Tanto é o gajame macho que se entrega e se torna madraço, como o grelame fêmeo que age de forma pouco caprichosa perante a preguiça.
O melhor exemplo que conheço de maus tratos infligidos sobre o broche dá-se em início de dança. Quando a mulher faz notar que ainda é cedo para o sexo, que se conhecem há pouco tempo, que não, ela não é como as outras, ou qualquer outra ideia sobreposta à evidência «não me apetece foder nem me apetece explicar-te porquê», o macho, na sua imensa generosidade, faz saber que não tem mal, que ele também não é como os outros, ou qualquer outra ideia sobreposta à evidência «posso já não foder hoje mas um broche terei sempre».
Portanto, um broche é um second best em vez de um second to none. É o Mourinho do Barcelona, o Goebbels, o adjunto. Em casos extremos, é até o treinador de bancada. O que manifesta intenção mas, no fundo, não apita nada.
Matar o broche é também não exigir um minete. Obviamente que caminham juntos, não obrigatoriamente ao mesmo tempo ou de mão dada, mas sempre, sempre pelo mesmo traçado. É simples. Dar e receber, troca por troca. A quantas de vós, estimadas súbditas, vos foi feito um minete depois de terem feito um broche? Quantas vezes o vosso orgasmo e o vosso prazer foi substituído pelo cigarro costumeiro ou pela aniquiliadora frase «que bom...bolas, agora fiquei mesmo cansado...». Tudo isto é matar o broche. Neste caso, é fuzilá-lo por defeito do nosso próprio prazer. Porque ele as há que lhes tomam raiva e acabam por exterminá-lo por despeito.
E compreende-se.
Por tudo isto e muito mais, vive la pipe! Long live the blowjob!