05
Jul06
"To whom do we beautifully belong?"*
sissi
Nunca como nos dias que em vivemos as mulheres têm tantas oportunidades de serem felizes. Acho que podíamos mesmo ser consideradas como a geração mais feliz da história da civilização. Grosso modo, podemos escolher se queremos ter filhos, quando e com quem. Não precisamos de um casamento que nos sustente a existência e assim mesmo, se nele infelizes, temos sempre o divórcio como pote no fim do arco-irís. Em querendo, podemos ter carreiras, uma profissão, saídas profissionais. Resumindo, temos escolhas.
Ainda assim, isto não nos satisfaz. E porquê? Porque atrás das escolhas vêm as decisões e a inexorável possibilidade de patear no caminho errado. Se somos carreiristas perdemos a maternidade. Se esta é uma prioridade, falhamos como profissionais. E andamos neste limbo, entre o desperdiçar de talento e de tempo enquanto nos decidimos a quem agradar primeiro. Se a nós ou aos outros.
Mas no meio deste dédalo de ideias, e mesmo que consigamos fazer do quadrado uma esfera perfeita, se não houver um homem na nossa vida, parece que já nada vale a pena. Aliás, minto. Não precisa de ser um homem. Basta um flirt, um caso, um interesse, uma entumescência, uma tesãozita qualquer. Tem é que haver coisa! Desde quando é que nos tornámos estas dependentes do Outro? Quando é que começamos a não nos bastar a nós mesmas?
Obviamente que não quero ser mais papista que o Papa. Todos nós precisamos uns dos outros sob pena de nos tornarmos neste emaranhado de corpo vazio de vida mas cheio de arrogância. Mas, por Zeus, esta tendência da minha geração (e à qual eu própria, em dias maus, não fujo) de pensar em stereo, como se não houvesse vida para além da relação amorosa, faz com que, muitas vezes, nos apercebamos que ao chegarmos ao cimo da suposta escada da felicidade, ela esteja encostada à parede errada...
O brilho e a vida interior estão desacreditados porque a falácia de que toda a gente encontra o amor um dia é cada vez mais voz comum. Eu também gosto de acreditar que sim. Mas pelo sim pelo não, preparo-me para que isso não aconteça. E vasculho em mim e nos outros substracto necessário. Cada um terá o seu.
Enquanto não encontrarmos beleza na vida em Mono, o Stereo será sempre um local de chegada e nunca um ponto de partida.
* Titulo roubado ao maravilhoso livro de Alan Hollinghurst, The Line Of Beauty, que aconselho a todos.
Ainda assim, isto não nos satisfaz. E porquê? Porque atrás das escolhas vêm as decisões e a inexorável possibilidade de patear no caminho errado. Se somos carreiristas perdemos a maternidade. Se esta é uma prioridade, falhamos como profissionais. E andamos neste limbo, entre o desperdiçar de talento e de tempo enquanto nos decidimos a quem agradar primeiro. Se a nós ou aos outros.
Mas no meio deste dédalo de ideias, e mesmo que consigamos fazer do quadrado uma esfera perfeita, se não houver um homem na nossa vida, parece que já nada vale a pena. Aliás, minto. Não precisa de ser um homem. Basta um flirt, um caso, um interesse, uma entumescência, uma tesãozita qualquer. Tem é que haver coisa! Desde quando é que nos tornámos estas dependentes do Outro? Quando é que começamos a não nos bastar a nós mesmas?
Obviamente que não quero ser mais papista que o Papa. Todos nós precisamos uns dos outros sob pena de nos tornarmos neste emaranhado de corpo vazio de vida mas cheio de arrogância. Mas, por Zeus, esta tendência da minha geração (e à qual eu própria, em dias maus, não fujo) de pensar em stereo, como se não houvesse vida para além da relação amorosa, faz com que, muitas vezes, nos apercebamos que ao chegarmos ao cimo da suposta escada da felicidade, ela esteja encostada à parede errada...
O brilho e a vida interior estão desacreditados porque a falácia de que toda a gente encontra o amor um dia é cada vez mais voz comum. Eu também gosto de acreditar que sim. Mas pelo sim pelo não, preparo-me para que isso não aconteça. E vasculho em mim e nos outros substracto necessário. Cada um terá o seu.
Enquanto não encontrarmos beleza na vida em Mono, o Stereo será sempre um local de chegada e nunca um ponto de partida.
* Titulo roubado ao maravilhoso livro de Alan Hollinghurst, The Line Of Beauty, que aconselho a todos.