02
Jul06
C´Mon Portugal!!!
sissi
Portugal venceu a Inglaterra em dia de Gay Pride. Londres estava coberta de cores onde o vermelho e verde brilharam mais forte. A vida continuou aqui mesmo depois da derrota. Ou não estivéssemos nós na melhor capital europeia.
Para ingleses, este Mundial tinha vitória anunciada, antes mesmo de começar, e nem o metatarso do Rooney lhes fez amortecer as esperanças. Mais que a sólida convicção que a competição estava no papo, a crença ainda maior, explicitada antes do jogo pelos comentadores de serviço da BBC, que Portugal era a melhor equipa que poderia ter calhado às aspirações inglesas fez com que esta derrota tivesse ainda mais sabor a fel. No fundo, perder para os «pequeninos», como fomos carinhosamente tratados ao longo da emissão que antecedeu o jogo, apoucou ainda mais a equipa de Ericksson. E não é que eles não gostem de nós. Afinal de contas, somos, historicamente, o seu mais velho aliado. Somos apenas indiferentes. Como quem gosta de uma coisa mas não sabe bem porquê.
A soberba dos comentadores da BBC foi diminuíndo com o desenrolar do jogo. Os dichotes galhardos deram lugar às frases secas e o chiste a roçar o xenófobo foi engolido com golfadas de cabotinismo. Foi lindo vê-los descer de um pedestal de papel, qual Ícaro de asas queimadas.
E como é normal por aqui, os falhanços são sempre culpa dos outros que não deles. Do bode expiatório mor, Ericksson, que é, de facto, uma bosta de treinador, e depois de hoje, Cristiano Ronaldo, a quem culpam de ter pressionado o árbritro pela expulsão de Wayne Rooney... Nunca, por nunca ser, estes tipos olham para a equipa e pensam que ela é fraquinha. Daí ter feito jogos sofríveis em toda a contenda e terminado assim, de forma pobrezinha e sem história.
No final do jogo saio de casa em direcção a Hyde Park. Ainda vou a tempo de ouvir os Pink Floyd. São oito da noite e estão 27 graus mas no coração clubístico dos ingleses está um frio polar. As festas preparadas para a passagem da Inglaterra à meia final terão que ficar para segundas núpcias. A tristeza só é comparável à soberba com que olharam para a equipa portuguesa. A este quadro de miséria juntaram-se os brasileiros, também eles vencedores à partida.
Volto para casa a pé. Continua calor e as ruas ainda vivem o Gay Pride. Uma imensa minoria de meio milhão saíu à rua para festejar a sua condição. Hoje o dia foi das minorias, dos mais pequenos. Hoje o dia foi de Portugal.
Ganhar em casa do inimigo tem um sabor especial. Oh se tem...
Para ingleses, este Mundial tinha vitória anunciada, antes mesmo de começar, e nem o metatarso do Rooney lhes fez amortecer as esperanças. Mais que a sólida convicção que a competição estava no papo, a crença ainda maior, explicitada antes do jogo pelos comentadores de serviço da BBC, que Portugal era a melhor equipa que poderia ter calhado às aspirações inglesas fez com que esta derrota tivesse ainda mais sabor a fel. No fundo, perder para os «pequeninos», como fomos carinhosamente tratados ao longo da emissão que antecedeu o jogo, apoucou ainda mais a equipa de Ericksson. E não é que eles não gostem de nós. Afinal de contas, somos, historicamente, o seu mais velho aliado. Somos apenas indiferentes. Como quem gosta de uma coisa mas não sabe bem porquê.
A soberba dos comentadores da BBC foi diminuíndo com o desenrolar do jogo. Os dichotes galhardos deram lugar às frases secas e o chiste a roçar o xenófobo foi engolido com golfadas de cabotinismo. Foi lindo vê-los descer de um pedestal de papel, qual Ícaro de asas queimadas.
E como é normal por aqui, os falhanços são sempre culpa dos outros que não deles. Do bode expiatório mor, Ericksson, que é, de facto, uma bosta de treinador, e depois de hoje, Cristiano Ronaldo, a quem culpam de ter pressionado o árbritro pela expulsão de Wayne Rooney... Nunca, por nunca ser, estes tipos olham para a equipa e pensam que ela é fraquinha. Daí ter feito jogos sofríveis em toda a contenda e terminado assim, de forma pobrezinha e sem história.
No final do jogo saio de casa em direcção a Hyde Park. Ainda vou a tempo de ouvir os Pink Floyd. São oito da noite e estão 27 graus mas no coração clubístico dos ingleses está um frio polar. As festas preparadas para a passagem da Inglaterra à meia final terão que ficar para segundas núpcias. A tristeza só é comparável à soberba com que olharam para a equipa portuguesa. A este quadro de miséria juntaram-se os brasileiros, também eles vencedores à partida.
Volto para casa a pé. Continua calor e as ruas ainda vivem o Gay Pride. Uma imensa minoria de meio milhão saíu à rua para festejar a sua condição. Hoje o dia foi das minorias, dos mais pequenos. Hoje o dia foi de Portugal.
Ganhar em casa do inimigo tem um sabor especial. Oh se tem...