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Abr06
Fancy a drink?
sissi
Once in London, não há como escapar à pub culture. Todo o gato sapato tem o seu local pub e o visita com regularidade, para não dizer todos os dias. E podia ficar-se por um molha lábios, um aconchega estômago, um amuse bouche, mas não. A onda aqui é a binge drinking, que é como quem diz, beber-até-cair-e-bater-com-os-cornos-no-chao. Isto é uma gente que, para além de não comer, não brinca em serviço no que respeita à ingestão de alcóol. Mete dó. Ora esta princesa, habituada a Cristal, Veuve Clicquot (Rótulo Preto) e Blinis com Beluga, está com alguma dificuldade em habituar-se a tão populares costumes. No entanto, como Once in Rome..., há que segui-los não com o néctar dos deuses, mas com um Pinot Grigio Branco ou um qualquer Shiraz.
Obviamente, ir ao Pub num terça feira, por exemplo, não tem o mesmo gosto que fazê-lo numa quinta, muito menos nuna sexta. É que nesse dia maravilhoso, toda a gente, mas mesmo tooooda a gente, vai ao pub. O meu fica na City, chama-se Peter and Piano, e ainda não conheci por lá machos com esses nomes, pelo que, deduzo, deve ser um fétiche ou apenas uma escolha ridícula de nome.
Bonito mesmo é o ritual dentro do pub. Não sei como é o procedimento nos outros pubs, mas neste os meninos, engravatadinhos, brokers a maioria, novinhos e mesmo a pedir para serem enganados, fazem tudo por uma queca com as secretárias da City. Ao contrário de Lisboa, em Londres uma secretária ganha mais que um executivo de Marketing, por exemplo. São lugares de confiança e as miudas esmeram-se na aparência como se a vida delas dependesse disso.
Estrategicamente colocada num canto do bar, gosto de observar o pax de deux do ritual. Primeiro porque sou voyeur, depois porque ando a aprofundar a minha técnica a que, carinhosamente, chamei de «Um sorriso por uma bebida - história de uma puta real». É um nome muito grande que não colhe, mas é o que temos... Então a coisa dá-se mais ou menos desta forma: chego ao bar, encosto-me e finjo que procuro alguém, o que me dá tempo de ver quem está a pedir para me pagar um copo de vinho, vislumbro o alvo, sorrio, ele invariavelmente aproxima-se, trocamos dois dedos de conversa até que ele me pergunte o que quero beber. Eu faço sempre aquele ar de «ai-não-sei-cheguei-agora-não-sei-quem-sou-eu-para-onde-vou-de-onde-venho». Resulta sempre. E depois se ele for interessante, venha mais conversa e mais copos de vinho. Se não, um «thanks a lot, see you around» works like a charm!
E quando estou prestes a sentir-me uma verdadeira puta, olho em volta e é vê-los a puxar dos cartões de crédito para pagar outros tantos copos de vinho, pints e quejandos às meninas que, como eu, acharam uma forma económica de ir ao pub. Isto pelas 19 horas. Pelas 21, já está tudo bêbado. E aí podem começar a dizer o que realmente pensam. De outra forma não vão lá...
Obviamente, ir ao Pub num terça feira, por exemplo, não tem o mesmo gosto que fazê-lo numa quinta, muito menos nuna sexta. É que nesse dia maravilhoso, toda a gente, mas mesmo tooooda a gente, vai ao pub. O meu fica na City, chama-se Peter and Piano, e ainda não conheci por lá machos com esses nomes, pelo que, deduzo, deve ser um fétiche ou apenas uma escolha ridícula de nome.
Bonito mesmo é o ritual dentro do pub. Não sei como é o procedimento nos outros pubs, mas neste os meninos, engravatadinhos, brokers a maioria, novinhos e mesmo a pedir para serem enganados, fazem tudo por uma queca com as secretárias da City. Ao contrário de Lisboa, em Londres uma secretária ganha mais que um executivo de Marketing, por exemplo. São lugares de confiança e as miudas esmeram-se na aparência como se a vida delas dependesse disso.
Estrategicamente colocada num canto do bar, gosto de observar o pax de deux do ritual. Primeiro porque sou voyeur, depois porque ando a aprofundar a minha técnica a que, carinhosamente, chamei de «Um sorriso por uma bebida - história de uma puta real». É um nome muito grande que não colhe, mas é o que temos... Então a coisa dá-se mais ou menos desta forma: chego ao bar, encosto-me e finjo que procuro alguém, o que me dá tempo de ver quem está a pedir para me pagar um copo de vinho, vislumbro o alvo, sorrio, ele invariavelmente aproxima-se, trocamos dois dedos de conversa até que ele me pergunte o que quero beber. Eu faço sempre aquele ar de «ai-não-sei-cheguei-agora-não-sei-quem-sou-eu-para-onde-vou-de-onde-venho». Resulta sempre. E depois se ele for interessante, venha mais conversa e mais copos de vinho. Se não, um «thanks a lot, see you around» works like a charm!
E quando estou prestes a sentir-me uma verdadeira puta, olho em volta e é vê-los a puxar dos cartões de crédito para pagar outros tantos copos de vinho, pints e quejandos às meninas que, como eu, acharam uma forma económica de ir ao pub. Isto pelas 19 horas. Pelas 21, já está tudo bêbado. E aí podem começar a dizer o que realmente pensam. De outra forma não vão lá...