11
Jan06
To be or not to be
sissi
Meus caríssimos,
aqui está um assunto que se presta a tornar-se numa discussão sobre o sexo dos anjos. Being gay.
Esta é uma temática na qual se sinto como peixe na água. Primeiro, porque sempre vivi rodeada de homens que gostam de homens, a que carinhosamente chamarei de «gayzada», depois porque também eu, por vezes, me sinto one of them.
Quanto à questão colocada, a mim é-me indiferente se sou traída com um gajo ou uma gaja. Não consigo ir tão longe. Ficava-me a roer pelo facto da pessoa de quem gosto ter preferido estar com outra e não me demorava um segundo em saber o género da mesma. Na realidade, e pragamaticamente falando, o que contaria nessa situação é a acção e motivações em si mesmas e não a pessoa por si só. Não me sentiria mais nem menos enganada se soubesse que o meu mais que tudo tinha preferido ser enrabado por um gajo e queria fazê-lo para o resto da vida. A questão que me ocuparia o espírito estaria na tristeza de ficar sem o objecto de afecto e de desejo. O resto são favas contadas.
Quanto ao mercado, confesso que neste momento não ando à pesca. Só porque tenho outras coisas a ocupar-me o espírito, mas digamos que nos meus tempos aureos, o meu mercado era o das pessoas. Julgo que já passou pela cabeça da maioria das mulheres como seria estar com outra. Creio que todas nós já fantasiámos com uma mama alheia ou uma carninha mais rija. Eu já. E no meio dessas cogitações, vinha-me frequentemente à cabeça a possibilidade, real, de, provando, gostar e ser reincidente. Desde logo, e mais que qualquer outra coisa, pensava em como seria triste, viver neste pedaço de terra e mar com gente feia dentro e gostar de uma pessoa igual a mim. Rapidamente concluí que seria uma tragédia. Porque não há tristeza maior que partilharmos afectos com alguém e não poder exprimi-los da forma que desejarmos. Pior, sermos o que somos naturalmente e sermos também penalizados por isso, na nossa vida pública, profissional e familiar.
Não consigo imaginar o que seria, estar na rua com a pessoa de quem um dia vou gostar (esse sortudo...!) e não lhe poder dar um beijo ou passar a minha mama esquerda pelo seu braço direito enquanto esperamos que o sinal fique verde...por exemplo...isso pra mim é trágico. É uma não vida. E é tanto menos exagero quanto mais convivo, diariamente, com amigos nesta situação. Viver o amor entre paredes é o melhor que há, mas apenas quando temos outras opções. Quando é compulsivo, torna-se triste e frustrante.
Portanto meus caros e caras, continuando mais ou menos o post anterior, cada um leva onde quer, como quer, desde que não chateie. Se a gayzada quer ser enrabada, acho óptimo. Se as gajas querem ser «minetadas» por outras gajas, acho óptimo. Não me sinto prejudicada em nada, não penso que me estejam a usurpar em nada. O mercado continua óptimo. Temos é que nos adaptar às suas oscilações...
aqui está um assunto que se presta a tornar-se numa discussão sobre o sexo dos anjos. Being gay.
Esta é uma temática na qual se sinto como peixe na água. Primeiro, porque sempre vivi rodeada de homens que gostam de homens, a que carinhosamente chamarei de «gayzada», depois porque também eu, por vezes, me sinto one of them.
Quanto à questão colocada, a mim é-me indiferente se sou traída com um gajo ou uma gaja. Não consigo ir tão longe. Ficava-me a roer pelo facto da pessoa de quem gosto ter preferido estar com outra e não me demorava um segundo em saber o género da mesma. Na realidade, e pragamaticamente falando, o que contaria nessa situação é a acção e motivações em si mesmas e não a pessoa por si só. Não me sentiria mais nem menos enganada se soubesse que o meu mais que tudo tinha preferido ser enrabado por um gajo e queria fazê-lo para o resto da vida. A questão que me ocuparia o espírito estaria na tristeza de ficar sem o objecto de afecto e de desejo. O resto são favas contadas.
Quanto ao mercado, confesso que neste momento não ando à pesca. Só porque tenho outras coisas a ocupar-me o espírito, mas digamos que nos meus tempos aureos, o meu mercado era o das pessoas. Julgo que já passou pela cabeça da maioria das mulheres como seria estar com outra. Creio que todas nós já fantasiámos com uma mama alheia ou uma carninha mais rija. Eu já. E no meio dessas cogitações, vinha-me frequentemente à cabeça a possibilidade, real, de, provando, gostar e ser reincidente. Desde logo, e mais que qualquer outra coisa, pensava em como seria triste, viver neste pedaço de terra e mar com gente feia dentro e gostar de uma pessoa igual a mim. Rapidamente concluí que seria uma tragédia. Porque não há tristeza maior que partilharmos afectos com alguém e não poder exprimi-los da forma que desejarmos. Pior, sermos o que somos naturalmente e sermos também penalizados por isso, na nossa vida pública, profissional e familiar.
Não consigo imaginar o que seria, estar na rua com a pessoa de quem um dia vou gostar (esse sortudo...!) e não lhe poder dar um beijo ou passar a minha mama esquerda pelo seu braço direito enquanto esperamos que o sinal fique verde...por exemplo...isso pra mim é trágico. É uma não vida. E é tanto menos exagero quanto mais convivo, diariamente, com amigos nesta situação. Viver o amor entre paredes é o melhor que há, mas apenas quando temos outras opções. Quando é compulsivo, torna-se triste e frustrante.
Portanto meus caros e caras, continuando mais ou menos o post anterior, cada um leva onde quer, como quer, desde que não chateie. Se a gayzada quer ser enrabada, acho óptimo. Se as gajas querem ser «minetadas» por outras gajas, acho óptimo. Não me sinto prejudicada em nada, não penso que me estejam a usurpar em nada. O mercado continua óptimo. Temos é que nos adaptar às suas oscilações...