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cenas de gaja

18
Abr07

Historinhas de Encantar

sissi
Ao mesmo tempo, visto que procurava ser tão objectivo sobre si próprio como sobre os outros, constatava que, ao tentar compreender tudo, acabara por não viver, por não amar, e que se podia interpretar o seu extremismo como um medo de se comprometer com a vida, de ocupar nela um lugar definido.

Martin Page, Como Me Tornei Estúpido

Este livrinho é uma pequena maravilha. Encontrei-o numa pilha de outros tantos e a ele volto periodicamente. Simples, bem escrito sem moral adjacente, só com a hermenêutica inerente a qualquer tipo de texto. Um bijouzinho. Aconselho vivamente.

PS1. A songa monga da Bovary lá está, ora nas palhinhas deitada, ora nas palhinhas estendida. Pena não haver Victans naquela altura.

PS2- Não se esqueçam que a Jukebox tem novo som. Jazzanova, No Use. Este comando não tem repeat mas também não custa nada carregar no play.
17
Abr07

War

sissi
Sissi é princesa que entende que o corpo e a mente estão ligados por um cordão umbilical que não se parte nunca. Uma mente limpa de poeiras num corpo pleno de toxinas é-nos tão útil quanto nada. Um corpo redondo e trabalhado numa cabeça com lama acumulada e ressequida vale o mesmo.
Vaí daí como tal, Sissi inscreve-se num ginásio à séria, decidida que está a perder a meia dúzia de gramas que a incomodam e assim ascender ao Olimpo das Gajas Boas Ao Quadrado. Xô Macarrons au Chocolat! Bye Bye panquecas com xarope de mirtilos! Auf wiedersehen eclaires e bolas de berlim. Sissi é toda ela grelhados e cozidos em prol de corpo e mente!

E como é de manhã que se começa o dia, e se apanham os melhores gajos no ginásio, Sissi empreende numa aula de RPM, logo pela fresquinha. E no que consiste a aula de RPM? Em pedalar, num quarto taciturno, em direcção ao nada mas rumo à perda de calorias. Até aqui tudo bem. Com sorte sento-me atrás de um macho de bom nalguedo e finjo que o pedalar me leva até lá. O que é verdadeiramente insuportável é a música de trance-goês-em-àcidos-e-metanfetaminas que me deixam mais cansada que o exercício. Mas ainda assim, Sissi é das pacientes e a ideia de um corpo escultural até ao Verão manda a minha oxitocina para níveis históricos. O pior foi quando a instrutora, a «pedaladora-mor» grita: GUERRA ÀS CALORIAS, GUERRA ÀS CALORIAS, GUERRA ÀS CALORIAS!» ao microfone. Foda-se! Não só me assustei, como ia caindo da bina, de cara no nalguedo da frente. Chiça! Muito desadequado...Como se nós não soubéssemos e sentíssemos que estavamos na guerra, uma verdadeira Tempestade do Deserto calórico. Por momentos senti-me no Reino de Deus, prestes a dar o dízimo...é uma gente estranha esta dos ginásios...não fiquei até ao fim. Acabaram-se as munições da guerra...maneiras que me escapei até uma aula de hidroginástica que começava dali a meia hora, just in time para um jacuzzi retemperador do camadão de nervos que apanhei.

Enfim. Ha que sofrer para (ainda mais) bela ser!
15
Abr07

Cabelos há muitos...ou talvez não...

sissi
Estava eu, qual lagarto a apanhar os primeiros raios de sol num jardim lisboeta, quando vislumbro macho de grande qualidade. «Olaré, o que é isto?», pensei, perante a visão de uns bícepes bem moldados, «gajame como há muito não via e sentadinho aqui ao pé?» De imediato liguei o radar e o sintonizei por forma a apanhar o machame em stereo. Ao livro que estava a ler, interessantíssimo, rapidamente cairam as letras e a minha atenção, até aí sossegada, se virou para a tamanha beleza do vizinho. Todo ele era feromonas e gestos simples, numa forma de estar serena e interessante. Estava eu neste exercício de estilo, quando vejo o macho a virar a cabeça no sentido contrário ao meu, mostrando um couro cabeludo que me entrou retina adentro e me fez desligar o botão. O homem, que ostentava uma, aparentemente farta cabeleira negra, era, na verdade, um careca em potência. O sorriso libidinoso deu lugar a um franzir de lábios e um pensamento apenas me assolou o espírito: a calvíce é a celulite dos homens.

Se nós gajas temos que nos preocupar com uma infinidade de merdas com que o nosso género nos presenteou, o machame encerra uma problemática que lhe tira todo o potencial sexual, aos olhos desta princesa. Nunca percebi o axioma popular «é dos carecas que elas gostam mais». Certamente foi alguém falho de cabelo, e de espelhos, que inventou esta frase que tem tanto de prosaica como de mentirosa. Um homem com um bom cabelo inspira-me confiança. Faz-me pensar na sua virilidade. Imagino-o um touro entre os lençóis. Um Sansão sexual. E mesmo sabendo que este pensar não é científico, não consigo imaginar a performance sexual de um careca. E, acreditem, já tentei...

Este vizinho de jardim, mal lhe vislumbrei a cútis capilar, desceu à sub-cave do charme. Serei uma Dalila da realeza? Talvez. Mas quantos carecas atraentes é que vocês conhecem? O Sean Connery não conta...
12
Abr07

Sissi já cá vem

sissi
É impressionante o peso que as palavras têm. A quantidade de hate mail, puro e duro, que me tem chegado desde o post do chuto no cu é extraordinária. Depois do post de ontem, que visava ser apenas um contraponto ao primeiro, foi vê-los a entupir-me a caixa de mails com os mais variados vitupérios.
Com isto, o que provocaram foi uma barrigada de riso. A todos o que comunicaram, o meu muito obrigada.

Agora vou ali e já cá passo.
11
Abr07

Males by Dorothy Parker

sissi
Grelame do meu país, podem parar de enviar mails, até porque, como sabem, isto é uma democracia mas quem manda sou eu. A Dorothy Parker, minha musa inspiradora, escreveu assim sobre os gajos:

They hail you as their morning star

Because you are the way you are.

If you return the sentiment,

They´ll try to make you different;

And once they have you, safe and sound,

They want to change you all around.

Your moods and ways they put a curse on;

They´d make of you another person.

They cannot ley you go your gait;

They influence and educate

They´d alter all they admired.

They make me sick, they make me tired.


Cá está ela, em todo o seu esplendor, de vergasta na mão. Eu cá gosto dela, mas ainda gosto mais dos homens. Porém, não deixo de lhe dar razão. Pronto. Estamos quites quanto ao concurso dos géneros.

E agora fiquem-se aí a puxar cabelos enquanto eu subo até ao terraço e por lá fico, a tarde toda, a tentar decifrar uma Vanity Fair italiana, enquanto os vários chás me passam pelo palato, acompanhados pelos Macarrons au Chocolat (nunca me fartarei deles...) e os tímpanos registam o No Use, dos Jazzanova, a tocar em repeat. Na loucura, ainda sou gaja para comer um petif four ou outro...lá mais para a noitinha...contando os dias para voltar a Londres.

Xau! (Sissi acena qual Lady Di às multidões)
11
Abr07

Historinhas de Encantar

sissi
As Historinhas de Encantar trazem-vos Ruben Fonseca, o meu autor favorito, o único que devoro sem pensar em mais nada. Um verdadeiro amante e conhecedor de mulheres, com todas as suas idiossincrasias, sejam elas boas ou más.

As mulheres magras são melhores para serem comidas por trás, ajoelhadas na cama, quando podemos contemplar toda a beleza das nádegas e do ânus da mulher e acariciá-la de todas as maneiras. As mulheres mais cheias, de seios fartos, são melhores para serem comidas pela frente, o peito dela afagando o seu.

Diário de um Fescenino

Update: a Bovary da semana passada lá continua. Se vivesse hoje seria a rainha das neuróticas. Como viveu há muitos séculos mostra coragem em assumir aquilo que não se esperava de mulher alguma. Para já apaixonou-se por Leão, viveu essa paixão em silêncio e deixou que o gajo se fosse embora. Pá semana logo vos dou mais updates. Mas não auguro nada de bom para senhora, tadinha.
10
Abr07

Tensão Pré-Menstrual

sissi
Como se não tivéssemos que nos preocupar com o parir e o bem parecer, o falar e o bem comer, entre trezentas e tantas outras coisas que nos impomos e são impostas nos ombros, também temos um ribeirinho que nos visita todos os meses e com ele o TPM. O quê? O TPM, short for Tensão Pré-Menstrual. Quase parece um número de circo. É o período e sus muchachas, a irritação e a sensibilidade.

Claro que para o machame isto são tudo coisas da nossa cabeça, que somos umas histéricas, umas exgeradas, que blá blá, mas as hormonas existem, são um facto, e fodem-nos a cabeça como se não houvesse mês seguinte. Damos nova força ao verbo oscilar e inundamos lenços de papel com a lágrima sempre pronta a sair. E porquê? Por duas razões apenas: por tudo e por nada. Nestes momentos, nunca nada é apenas o que parece. Tudo é o que é e mais qualquer coisa que potencia o que sentimos no momento. Tristes ou alegres, o TPM é este je ne sais quoi, um serendipismo que nos traz sensações que são mais desconfortáveis para os outros que para nós mesmas. O problema é que não vivemos sozinhas e o TPM, de tão forte que pode ser, acaba por alastrar e, por vezes, acaba por fazer parecer que todos à nossa volta sofrem do mesmo mal.

Machame do meu país, um conselho desta Princesa que vos fala: se o grelame da vossa vida estiver nessa altura do mês não sejam insensíveis. Vão colidir de frente com o estado delas, oversensitive. Mimem-nas, pesquem uma dose extra de paciência. Vocês nunca vão perceber o que nos afecta da mesma forma que nós nunca vamos entender o que vos leva a ser umas criançolas até tão tarde. Como é uma no-no situation, indulge. Sejam pacíficos. Relaxem.
08
Abr07

Chuto no cu

sissi
Hé merdas em que nós, gajas, somos fodidas. E fodidas para nós. Não há nada que nos deixe mais presas, mais pelo beicinho, mais apaixonadas, que um bom chuto no cú. Se o tipo é dos porreiros e até se mostra disponível, é um tonto, um cão, alguém cuja importância sublimamos porque se mostra presente, em nossa opinião, demasiado presente. Se vem um outro, que a páginas tantas, nos começa a dar chutos no traseiro escamuteados seja pelo que fôr, é ver-nos, de coração em punho, ostentando uma bandeira de amor, excepto a do amor próprio.

Ora, isto a mim parece-me que não é uma boa receita para a felicidade. Quando é que nos tornámos estas mulheres pequeninas? E não me fodam, todas nós já passámos por isto, uma vez que seja. O que será que nos leva a apoucar perante um 44 biqueira larga à velocidade da luz em direcção ao nosso traseiro? E depois disso, ficamos lá porquê? Porque é que insistimos quando o sinal de «proibido circular» nos é mostrado do outro lado?

Nunca vou entender esta particularidade que é, sobretudo, feminina. Nós, grelame, mais ou menos modernas, mais ou menos vividas, gostamos de um bom pontapé no cú. E ficamos lá até o nosso amor se confundir com as pedras da calçada. E pior que isso: na loucura, o pontapeador ainda nos serve de barómetro de um amor falhado que não teve continuação... Ou seja, quando revolvermos na memória a capacidade de sermos amadas, vamos sempre lembrar-nos de ter virado o cú e pedir bis. Há alguma coisa mais irritantemente estúpida do que isto? Há. Permanecer no erro.

Lembram-se do anúncio do leite? Vamos costumizá-lo. Se ele não gostar de mim, quem gostará? E a resposta é, e deverá ser sempre: ui, tanta gente...
05
Abr07

Post que não é post

sissi
Hoje não há post, não pode haver post, porque, simplesmente, não há condições para escrever um post. Sim, porque um post é uma coisa que dá trabalho. Especialmente se for um post que post(ule) as cenas de gaja, como eu quero fazer aqui, do alto do Palácio. Acontece que hoje, depois do exercício nocturno, a que se seguiu o exercício matinal, não há concentração que valha, porque post que é post merece neurónios atentos, e hoje não temos disso. Ao invés, temos este post que se presta a bater o record do número de vezes que um post tem a palavra post no seu corpo de texto. Maneiras que é isto.

Boa Páscoa.

PS. O Sissi Responde regressa para a semana. Hoje já foi tudo de férias.
04
Abr07

Historinhas de Encantar

sissi
A partir de hoje, as quartas-feiras serão preenchidas com historinhas. Umas que ando a ler, outras que já me passaram pela vista. Umas explicadas por mim, outras ditas pelos próprios. Hoje temos a Bovary. Ora vejam:

Tendo assim batido o fuzil no coração sem lhe arrancar faísca, incapaz afinal de compreender o que não sentia, como de acreditar em tudo que se não manifestava sob formas convencionais, persuadiu-se sem dificuldade de que a paixão de Carlos já nada tinha de exorbitante. As suas expansões haviam-se tornado rgulares; beijava-a a horas certas. Era um hábito como os outros, como uma sobremesa esperada com antecipação, após a monotonia do jantar.

Gustave Flaubert, Madame Bovary

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