Bom, vou deixar-vos esgatanhar todos ai pelo burgo enquanto vou ali lanchar o melhor cheescake do mundo, sentadinha, quentinha, virada para o parque. Talvez ca venha. Talvez nao. Ate la, talk to the hand...
Venho por este meio relatar o que me anda a suceder a ano a esta parte. E não sei, não me sinto nada bem mesmo nada bem...Tenho andado a ser a outra. Sim sim eu ate me acho uma pessoa liberal, mas o calos apertam quando a família insiste para que se apresente o mais que tudo e isso não pode ser como calcula. Como é que eu poderia comunicar a idolatrada mãezinha – Olha o eu tenho saído com uma pessoa, mas essa pessoa não te pode ser apresentada visto que eu na vida dessa pessoa sou simplesmente a outra. Prontos não é bem. Certo é que eu gosto muito dele e ele diz que gosta de mim (porque nestas coisas há que manter a cautela isto são ensinamentos da meus vinte e poucos anos). Mas lamechices a parte eu gosto é de passar umas noites com ele e dar umas valentes fodas como deve ser ate nos por a suar em bica. Mas princesa o que me traz ao dialogo com vossas senhoria, que apesar de quase um anos de experiência a ser a outra... Eu não me sinto nesse papel...Acredite minha cara princesa é uma situação muito típica quase romancista, há uma respectiva uma criança e ate uma família enraivecida. Mas eu não me sinto neste papel, eu fico sempre a pensar que sou a titular e não a suplemente. Porque é do caralho ser a suplemente em alguma coisa tanto no amor como na vida e no jogo. Mas também existe aquele lado de perigo, risco que da um tom apimentado as coisas.
Princesa, Princesa não sei deixo de ser a outra – passo a não ter de olhar sempre por cima do ombro com o medo que uma qualquer esposa enraivecida me ataque. E deixo de poder ter direito as minhas noites de sexo desenfreado, bem como aquelas rapidinhas em locais menos próprios que me deixam doida.
Ou se continuo?
Deixar ou não deixar eis a questão...
Sem mais por agora..................
As melhores vénias de ficar com o rabo espetadinho.
Claro beijo, beijo.....
Súbdita Devidamente Identificada
Estimada Súbdita
Se me permite, há aqui coisas que não batem bem. Fiquei sem perceber o que pretende do machame. Se apenas foder se qualquer coisa mais. Das suas palavras fica-me, sobretudo, a sua vontade de acreditar que essa relação não é mais que o deboche do proibido, embora as questões com que se debate não se prendam com minudências do género.
Para lhe ser muito franca, há muito poucas mulheres que fodem por foder. Há sempre aquele momento seminal que reveste a queca de tons diferentes e o prazer, outrora físico, passa a necessidade emocional. Se o macho for comprometido, pior. E não pense que a secundarização do seu papel na relação é o pior dos males. Mau, mau é o relegar de si mesma, por si e pelo outro, do que quer e sente. E desculpe-me se insisto, mas ninguém fode com alguém há um ano e se coloca essas questões sem que haja mais qualquer coisa envolvida... Por muito boa que seja essa ligação, será sempre um encosto, uma coisa a prazo, um «vou ali e já venho». Os homens têm essa capacidade de nos fazer acreditar que somos as maiores até no mais periclitante dos arames. E nós somos mestres em acreditar nisso.
Minha querida, de mim não espere que lhe resolva a questão. Fique se é isso que quer. Se não, não perca tempo. Ser a outra não é ser moderna, nem liberal, para usar o seu adjectivo. É uma opção tão legítima quanto as restantes. Ser a outra não lhe retira o livre arbítrio. Ou retira...?
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras. Missivas para aqui: sissiresponde@yahoo.com