Depois do fenómeno ZéZé Camarinha, esse navegador português dos tempos modernos que insitiu em dar novos mundos ao mundo sexual, eis que Sissi chega para vos mostrar que há que tirar para fora a verga de descobridores que há em nós e, qual broca, começarmos a agir em nome dos interesses do país. Machos, esta crónica vai direitinha para vocês. Endireitem as costas, descontraim o rim e leiam com atenção.
Darlings, estou que nem posso...pois se ontem foi a festa do segundo aniversário da FHM, o chamado festão do caralho, e eu ando aqui com as carnes rijinhas em estertor ramboieiro...Entretanto, já saíu mais número, a edição especial de anos que tem ânus de grande craveira, como é costume e natural. Tem a Sofia Aparício na capa que vinga todas as trintonas deste país e dos outros. Corram a comprar. É que depois esgota. Afinal, é a revista masculina mais vendida em Portugal. Depois não digam que eu não avisei.
Agora vou ali comer umas trufas e beber uma champanhota a ver se arrebita. Bye, bye e tenham um bom fim de semana.
a minha situaçao é a seguinte: tive uma relaçao seria há puco tempo que ainda durou uns anitos... eu era virgem e fiz o meu namorado esperar mais de um ano até que eu me sentisse preparada! só acabamos há 2 meses e eu sinto uma sede de novas experiencias que nunca imaginei sentir...
a questao é que surgiu a oportunidade de algo alucinante! um casal convidou-me para me juntar a eles numa noite de loucura!!!
é só estalar os dedos e tenho a noite mais emocionante da minha vida :) tenho sonhado com isso todas as noites... mas o que me preocupa em vida real é uma questao mais sóbria... no futuro, quando voltar a ter uma relaçao seria, esta experiencia é algo que nao vou conseguir (nem quero) esconder do meu companheiro... será que ess futuro namorado me pode rejeitar por isto? será que, se me aceitar, me vai atirar á cara o que eu ja fiz e tentar induzir-me a fazer o mesmo com el e mais uma pessoa? o que será que passa na cabeça dos homens quando conhecem mulheres que ja tiveram esta experiencia? e se eu e o meu ex voltassemos (sim, pk eu ainda n o esqueci...), será que el me aceitaria sabendo que tive esta experiencia enquanto tivemos separados? tambem sinto a necessidade de falar com um amigo meu sobre isto... ele é uma pessoa me conhece e que nao tem papas na lingua... so que, alem de ser o meu "melhor amigo" é tambem o "melhor amigo" do meu exnamorado e eu nao sei até que ponto lhe posso confiar uma assunto destes...
HELP!!!
tenho medo de deixar fugir esta oportunidade... mas tenho mais medo ainda das consequencias dela...
beijinhos
Súbdita Devidamente Identificada
Estimada Súbdita,
de facto é uma questão bicuda. Com três bicos, mais precisamente. E se eu acho que três é a conta que Zeus fez, também me parece que um trio, pela sua natureza, é qualquer coisa que quase todos queremos muito mas poucos são os que se conseguem aguentar dentro e depois dela. Para além dos evidentes membros a mais, o que, só por si, já causa estranheza, há o pendor proibido da questão, sempre presente, que se por um lado dá tesão por outro pode cortá-la. Ou seja, um trio é uma situação forte do ponto de vista físico mas também mental. All in all, é boa, é muito boa, e, como quase tudo, depende do entrosamento das partes em jogo. Arrumada esta questão, vamos a outra. A minha experiência diz-me que não é aconselhável fazer trios com amigos nem com namorados, a não ser que o nível de relação esteja tão maduro que permita que sejam replicadas situações de intimidade do par para uma outra com um vértice mais. Quanto aos amigos, também não aconselho. Há domínios que são como água e azeite. Não se misturam. Mas isto sou eu. Arrumada mais esta, vamos a outra. Não sei se o seu namorado (o ex ou o futuro) vai adorar a ideia. Na realidade, ninguém sabe. Porém, e dada a tendência do macho português para a visão turva no que toca à sexualidade feminina, se calhar não vai bater palminhas e pedir bis. A não ser que seja com ele, e aí cabe-lhe a si decidir... Quanto ao amigo comum, e correndo o risco de ser injusta, eu a si procurava outra pessoa com quem se aconselhar. A lealdade masculina é um facto e existe.
Em suma, minha cara, se está solteira, quer muito a coisa e não vê consequências de maior, aproveite. Mas esteja ciente que elas podem existir...
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras. Missivas para aqui: sissiresponde@yahoo.com
Descia eu ontem do alto do Palácio, vinda da Colina em direcção a downtown Lisbon, quando passo pela montra da Tema (a melhor loja de revistas da cidade) e vejo a capa da Vogue americana que menciona o nome de Cristiano Ronaldo. «Alto lá!», pensei. «Querem ver que o chavalo, que já tomou de assalto o mundo, leva agora de aviada a Vogue, essa outra galáxia da existência humana?» Afiei o salto Laboutin, ajeitei o chapéu Tracy e entrei na Tema para a habitual leitura de borla. Diz que sim. Não contente com um editorial de moda de seis páginas (começa na 532...), ainda lhe ofertaram numa salva de prata a manequim Daria Werbowy, uma das mulheres mais bonitas do mundo, para ilustrar um texto onde explana as razões porque foi escolhido para figurar numa lista das promessas futuras, num pasquim que quando fala faz acontecer.
E tudo isto para dizer o quê? Que não há combinação mais poderosa que beleza e talento. Ou carisma e talento. Quando os astros se conjugam e a vontade de progredir se dá, não há sorte ou azar, mas nem meio mas, as coisas acontecem e pronto. Se os caminhos se tornam, inesperadamente mais curtos, vira-se noutra direcção e começa-se de onde se deixou. No fundo, não é diferente do comum dos mortais. Mas é, incomparavelmente, mais fácil.
Ontem vi pela primeira vez A Bela e o Mestre ou Umas Gajas Fraquinhas de Cabeça e Corpo e uns Gajos Sem Descrição. O que dizer? Bom, ficaram-me duas conclusões:
1 - ser nerd é cool, ser burra é... ser burra. Meaning, um marmanjão sem qualquer tipo de desenvoltura social, hence, desfasado do tempo em que vive, tem piada, uma gaja abençoada com umas pernas razoáveis porém desprovida de Tico e Teco é uma burra, tadinha. No final do programa senti-me como se me estivessem a perguntar se gostava mais do papá ou da mamã: gostei mais das burras ou dos tótós? Gostei mais de ver a sobranceria e a quase soberba com que alguns tótós tratavam as suas burras ou ri-me mais com a maneira nada subtil com que elas desprezam os traços pouco polidos dos tótós em questão? Todos os maniqueísmos do programa falham à partida. Porque não há de um lado um interessante e feio e do outro uma burra gira. Não. Há pares feitos de gente sem noção, escolhidos num casting onde os dois fazem de tipos sociais pouco lisonjeiros. Isto até teria piada, não fosse ser a vida real.
2 - para as vozes feministas que, Aqui D'El Rey, bramem a favor das concursantes (ou deverei falar apenas das suas pernas...?), apenas uma questão: será que elas foram abduzidas e metidas no concurso à força? Será que lhes foi prometido que em vez de BB, burras e boas, seriam mostradas com BB, brains and beauty? Duvido. Como duvido da sanidade mental de alguém que se predispõe a participar num concurso porque é...burra. E nem me choca que não saibam quem é o Fidel Castro ou Alberto João Jardim (ui, este freudian slip). Que Diabo, pois se é para falhar que elas lá estão!
Amanhã falarei de beleza. Ou então noutro dia qualquer.
Há coisas em Portugal que nunca vou conseguir compreender. Não falo das drogarias, leitarias e outras ias, que não existem em mais parte alguma do Globo. Falo do apetite do tuga médio por fritos, por fritar coisas em casa e impestar tudo o que é tecido de um odor que é um mix entre o peixe frito e o mofo.
Lembram-se do vizinho do rés do chão? Não é esse, é o do lado direito. Raio da mulher que...esperem que vou ali acender umas velas e uns incensos...dizia eu, raio da mulher, muito frita esta gaja, deve ter um colestrol do tamanho da Torre Eiffel tal é a fritura que se cheira e entranha pelas paredes do Palácio directamente às minhas narinas, habituadas ao melhor dos sândalos! Foda-se!
O acto de invejar é, em si mesmo, uma cobardia. Porque pressupõe uma inércia e preguiça relativamente ao que cobiçamos nos outros e um mexer de cú que não estamos dispostos a fazer. Invejar maldosamente não é estanque nem é parado. É um sentimento que implica uma acção, a de agirmos sobre o objecto de inveja, de forma velada ou escancarada, mas sempre sempre de forma cobarde. A cobardia nem sempre é invisível. Eu até aceito que é legítima a vontade de chegarmos onde os outros chegam, movimentarmo-nos numa esfera onde outros passeiam e aceitarmos que a via láctea não acontece a todos. Mas para este descontentamento há uma cura: trabalho. É nesses pilares que este Palácio repousa. Quer vocês gostem, quer não.
descarreguei há uns meses da Internet grelame do mais fino recorte.
Quando pensava que sabia alguma coisa sobre sexo, eis que me cai esta pérola no lençol: mulher resolvida, sem preconceitos de qualquer espécie e tesuda como só ela.
Cedo encontrámos os nossos passos e a dança fluiu ao melhor ritmo.
Entre outras iguarias presenteou-me (e a ela por que o faz com muito gosto) com o melhor fellatio que um homem pode desejar. Uma técnica aparentemente simples mas totalmente revolucionária que não posso revelar já que a convenci a registar a patente.
Ora, estava eu ontem esparramado de perna aberta a receber tamanho regalo, entre uns ais, uns uis e um sorriso de orelha a orelha, quando vejo esta Deusa a passar as guaritas do tin e do tim.
Linguinha em riste, percorreu-me a zona lateral das pernas e o fim do bochechal para aterrar no meu buraco negro e ali ficar qual astro física em busca do Big Bang.
E encontrou-o.
Uma vez ultrapassado o desconforto inicial da humidade relativa neste espaço virgem e instado que fui a tocar e preparar o lançamento da minha Apollo 13, acabei por alegremente explodir. E que Big que foi o Bang, estimada princesa.
Jogando noutro campeonato desconhecia por completo a existência de tal buraco no contexto lúdico-recreativo, por isso, lhe pergunto: acha que passei para a divisão de honra?
Súbdito Devidamente Identificado
Estimado Súbdito,
que bela questão nos coloca. Da mesma forma que me parece que o meu caro teve a sorte de esbarrar com essa deusa electrónica, parece-me que à sua Afrodite também lhe saíu a sorte grande. E porquê? Porque não há nada que dê mais tesão do que um macho que se deixa percorrer sem que a sua condição de macho seja colocada em causa. Aliás, só uma masculinidade bem resolvida permite uma exploração da sexualidade individual e conjunta com a simplicidade que aqui me coloca.
E para os que aí virão de credo na boca e mão em riste pronta a socar esta argumentação, poupem-se. Neste palácio não entram traças nem o verdete do bolor. A novidade aceita-se e deseja-se. O desejo não tem género, preconceito ou identidade sexual. Só o corpo sabe aquilo que gosta. A cabeça só complica.
Como tal meu caro, e respondendo à sua questão, julgo que sim. Passou à divisão de honra com magna cum laude, distinção máxima dada apenas aos que sabem o que são e não se deixam intimidar com apriorismos e machismos de trazer por casa.
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras. Missivas para aqui: sissiresponde@yahoo.com
Anda a pessoa a limpar o pó ao palácio novo, a colocar as pratas no lugar, os chás em posição e as sopas de Miso a verter, quando começa a ouvir uns gemidos vindos do andar de baixo. Eliminei logo os gatos com cio e o bicho da madeira e fiquei com a hipótese C: era foda e da boa. Mudei há pouco e ainda não estou familiarizada com os vizinhos mas lembro-me do dia em que vinha de baú de sedas indianas na mão e quem me abriu a porta foi um simpático septuagenário que me informou ser o vizinho do rés-do-chão. E eu pensei: «Espera minha Sissi, princesa da colina mais bonita de Lisboa, que quem anda no esmifranço ainda antes das dez da manhã é o avô lá de baixo.» Olaré! Temos festa. Entrei logo em animal recolector mode e consegui de imediato uma quantidade assinalável de lixo que me permitiu ter a desculpa perfeita para descer as escadas e pôr-me à escuta. Vivam os prédios de tabique! Ora o garanhão do vizinho eram ais e uis que Zeus o dava, sons que pareciam cabeçadas na parede e outros que eram uma mistura de Darth Vader com asmático em último grau. Estava eu agarrada à barriga à rir, quando entra a vizinha do rés-do-chão. Ou seja, a mulher do machão em causa.
«Cof, cof, ai tanto pó ando aqui em limpezas ia agora mesmo meter o lixo na rua.»
«Se precisar ajuda diga.»
Lembrei-me das cabeçadas na parede e tratei logo ali de fazer manobras de diversão para evitar o crime passional que a minha vizinha, mocetona para o seus 85 kilos bem pesados, trataria de efectuar sem delongas assim que visse o seu pisco a catrapiscar e fodengar coxa alheia.
«Olhe, por acaso, sabe como é que se faz uma Chanfana de Cabrito?»
«Oh minha amiga, isso não tem nada que saber. Mete o cabrito e blá, blá, blá...»
Por esta altura já eu rezava para que o D.Juan da Travessa se despachasse, até porque detesto Chanfana de Cabrito. Finalmente, o dito cujo vem à porta. E com ele a senhora da limpeza.
E foi assim que conheci a primeira família Poliamor.
A todos os que me escrevem a pedir para desenhar palavras sobre o Amor, e porque não sou abalizada para isso, cá vai uma citação do Amor dos tempos modernos por quem realmente percebe do assunto.
The telephone becomes an instrument of torture in the demonic hands of the beloved who does not call. The story lies in the hands of the dialler, the receiver loses narrative control, can only follow, answer when called.