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cenas de gaja

05
Fev07

I just love TV!

sissi
Há domingos para foder e outros que são fodidos. Ontem, depois de uma pequena sesta vespertina de quatro horas, fiquei com uma insónia brutal. E pensei: «oh minha Princesa, minha Deusa das noites de prazer, o que fazes tu para combater e chamar Morfeu que deve andar entretido entre um rabo de saia e outro e não te vem fazer companhia?». Acto contínuo: liguei a televisão.

Ora, estava eu no dossel real, ainda arfante perante a sessão de sexo que sempre encerra o fim de semana e contemplando o sono dos justos que brindava o meu beau do jour, quando ligo o monitor. Pensei: começo pelo início. Vou até ao final dos canais cabo e não me fixo em nenhum. Mau. Quando nem o Fox Life me salva alguma coisa corre mal no reino de Sissi. Já era tarde, porém. A minha bóia já tinha terminado a emissão. Revejo pela enésima vez as notícias da SIC Notícias e os golos do meu Sporting. Passo os olhos pelos filmes ridículos do domingo à noite, que me parecem sempre daqueles produtos que se compram nas feiras da especialidade como brinde de qualquer coisa um pouco melhor. Tipo, «Compre O Padrinho e leve «Um Coração de Ouro». Péssimos.

Estava eu em pleno zapping e estaciono na RTP Memória, isso sim verdadeiro serviço público. E porquê? Porque me fez trabalhar a mente e lembrar-me que tivémos um presidente chamado Ramalho Eanes e que o Herman já foi moreno. Gostei. Ponto alto da noite. People and Arts: os incontornáveis programas do «antes e depois» onde recauchutam pessoas como quem remenda pneus velhos. Um corte de cabelo aqui, uma plásticazinha ali e xauzinho auto-estima em crise! Ridículo. Ainda vi um Sporting-Beira-Mar de 92 e um debate sobre a arbitragem do final dessa década. Eram 4 e meia da manhã quando o aborrecimento passeou o sono até ao Palácio. Agora conto com 3 horas de descanso.

Vou só ali meter umas rodelas de pepino nos olhos e venho já...
02
Fev07

Pensamen(tesão) de Fim de Semana ou We´ll always have Badajoz...

sissi
Tenho alguma dificuldade em escrever e pensar sobre esta questão do aborto por me parecer que qualquer palavra escrita ou ideia veiculada tresanda a óbvio e redundância.
Para além disso, e como é apanágio das campanhas eleitorais até para administradores de condomínio, as pessoas não sabem discutir nem argumentar sem caír nos maniqueísmos que todas as questões conseguem colocar e desviar a atenção para outras que menos interessam do ponto de vista objectivo mas que enchem o olho e os tímpanos das cabeças pequenas que ouvem.

Discute-se a vida como quem regateia nos saldos, fala-se dos fetos como plantas e depositam-se crenças nos menos informados com a falta de honestidade que caracteriza os grandes idiotas. Como sempre em Portugal, de cada vez que há uma questão que bule com a opinião pública há sempre os que se colocam em bicos dos pés para alarvar frases feitas e desinformar ainda mais. Descobrem-se questões e ódios pessoais refervidos entre ilustres apoiantes das facções em jogo e o campo de discussão torna-se exíguo para tanta vingança individual.

De um lado e outro, as campanhas enfermam de défices diferentes. No Não pratica-se a mais reles e vil desconsideração pelas mulheres, no Sim pratica-se um desleixo e preguiça que nunca julguei ver. E esta campanha, que deveria ser ser sobretudo informativa e serena, é um circo onde não faltam os palhaços pobres e as focas amestradas.

Partindo do princípio que ninguém é a favor do aborto em si mesmo, julgo que a defesa mais fácil e óbvia é a posição do Não. Acontece, porém, que o mundo e a vida das pessoas não se compagina com facilitismos bacocos e a saúde, física e mental, das mulheres é um valor em si mesmo que os votantes do Não gostam de ignorar. Defende-se a vida a todo o custo e esquece-se da vida com dignidade. Limpam o sangue das «clínicas» de vão de escada com números e sondagens para descanso e consolo da sua própria consciência. Comparam-se abortos e penas de morte por necessidade de concatenar um discurso para um microfone ávido de lutas de galos.

As mulheres? Com o Não a ganhar terreno a este ritmo, e com os votantes do Sim a darem a coisa como garantida, o mais provável é que elas continuem a manter privados, privadíssimos, os seus «pecadillos» mais íntimos. Privados e solitários. «Trata tu disso e mantém-te discreta.» E depois às vezes corre mal.

Cheira-me que este referendo também me vai correr mal. Felizmente, we´ll always have Badajoz...
01
Fev07

Sissi Responde - O Gonzo

sissi
Adorada princesa,

Tu que és senhora de uma clarividência que em muito ultrapassa as teorias duvidosas de Jung e Freud no que às relações humanas (sexuais, sociais e outras) diz respeito, diz-me se te dedicas apenas ao estudo do
empírico, ou se já te debruçaste também na interpretação de sonhos (eróticos, tá visto).

E se te questiono acerca desta questão que, em condições absolutamente normais, eu consideraria
positivamente cagativa, é porque há umas quantas semanas que tenho um problema nesta área.

Eu sei que vais levantar a sobrancelha, afivelar um sorrisinho irónico e altivo e vais pensar de ti para ti: “olha, outra doida!”. Mas pronto, eu arrisco e conto-te o meu problema na mesma.

A coisita mais parecida com um sonho erótico que me lembre de ter experimentado aconteceu já há alguns anos, quando fui ver “O Paciente Inglês” e passei a noite a sonhar com o Ralph Fiennes nu, deitado na
cama do hospital e eu, monumental cretina, fiquei o tempo todo a trocar-lhe as ligaduras. Para sonhar isto, mais valia ter insónias.

Mas desta vez a coisa aqueceu. Maneiras que o melhor é ir logo direita ao assunto: por várias (demasiadas) vezes nas últimas semanas eu tenho o mesmo sonho erótico. Repara, não são daqueles sonhos nonsense, em que a gente tão depressa está num campo de girassóis a dar comer aos peixes, como de um momento para o outro está a fazer exercícios sodoku deitada na colcha de veludo vermelho do Papa. Este sonho recorrente é uma experiência vívida, consistente e convincente e faz-me acordar de manhã transpirada, húmida, exausta e com uma sensação de twilight zone que me incomoda durante todo o dia.

Agora vem a parte em que te atiras ao ar. Sonho que estou na cama com o Paulo Gonzo. Podia ser com o George Clooney, ou com o Peter Kraus, ou, sei lá, com o Daniel Day-Lewis. Mas não, é com o Paulo Gonzo. Pronto. Sessões de sexo virtual e com direito a tudo, tuuuudo. (Menos anal, que mesmo quando estou a dormir o meu cérebro inteligente reconhece a zona proibida). O Paulo Gonzo, tadito, não foi tido nem achado neste assunto (se calhar nem aprecia estas coisas) e às tantas, se vem a saber disto, ainda me exige o
pagamento de direitos de utilização de imagem (e muiiiito que eu a tenho utilizado). E se te conto aqui que ninguém nos lê (!!!!!) é porque estou mesmo interessada em que me ajudes a interpretar esta imbecilidade
involuntária.

É que não tem graça, por exemplo, uma pessoa estar em plena reunião de trabalho, cheia de senhores penteadinhos e de gravata e de tias com madeixas e lencinhos Burberries e de repente cuspir o cafezinho pela boca e pelo nariz como um sniper, só porque o telemóvel de uma qualquer criatura começa a tocar o “Sei-te de Cor”.Nesta altura estarás tu já a pensar que todos estes devaneios oníricos decorrem da falta de actividade real, mas não é verdade. Estou até muito bem, obrigada. Eu bem sei que o sonho comanda a vida, mas assim tanto também não é normal. Eu acho que não é. Agora, assim de repente vêm-me à ideia
várias hipóteses. Alzheimer precoce? Uma esquizófreniazita (ligeira)? Caso para chamar o Padre Merrin para proceder ao exorcismo? Prozac 10mg de 12 em 12 hrs?? Brincadeiras à parte, o tom é irónico (talvez para aligeirar a cretinice do caso) mas o incómodo é real.

Grandes vénias e ósculos.

Súbdita Devidamente Identificada



Estimada Súbdita,
Antes de mais muito obrigada pela prosa. Rio-me alarvemente de cada vez que (re)leio o seu email, e, acredite, foram muitas as vezes em que o fiz. Não só pelo sentido de humor de que está impregnado, mas também pela estupefação que ainda me encontro. O Paulo Gonzo? Enfim, não me vou debruçar em considerandos uma vez que esses já foram todos cerceados por si.
Não sou, nem nunca fui, princesa dada ao erotismo de Morfeu. Por nenhuma razão especial, apenas porque os meus sonhos e devaneios tenho-os concretizado todos de olhos bem abertos (outras vezes até de olhos bem fechados...) e nunca os meus anseios passaram para lá do espelho do sono. Maneiras que, sexuais só mesmo os orgasmos que me fazem acordar de vez em quando em êxtase, sem que, para tal, haja uma motivação desse cariz. Posto isto, apraz-me dizer o seguinte: se o Paulo Gonzo for uma boa cama, se mesmo cochinho lhe der com a bengala no sítio certo, deixe-se ir. Veja-se como os excêntricos do Euromilhões mas com uma conta bancária menos choruda. Aliás, veja-se como a mulher rosa no filme azul. Enquanto todas nós salivamos com os dentes do Clooney ou os olhos do Day-Lewis, a Estimada está muito à frente. E escolhe produto nacional. Eu a si aceitava a coisa, na boa, e ia a correr comprar a discografia do Gonzo desde a Go Graal Blues Band. Comece o dia a trautear os Jardins Proibidos ou o So Do I e assuma a sua preferência com alegria.
Aqui entre nós, eu tenho um fétiche com o Gary Lineker. Por falar em estranhezas...

Cumps

«Quando amanhece logo no ar, lai, lai, lai, lai, lai, lai...»
:-)

Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras. Missivas para aqui: sissiresponde@yahoo.com

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