Então tenho uma dúvida perniciosa: Ontem ofereceram-me um dos preciosos (não duvido da qualidade dos Vossos, mas este era realmente bom), e quando dancei um "Minuete" eis que levo um apertão de pernas na cabeça, no meio de um gemido. Isto é bom ou mau? - Tendo m consideração que me apertaram a cabeça com tanta força, que ainda estou a ouvir mal?
Súbdito Devidamente Identificado
Estimado Súbdito,
Antes de mais estimo as suas melhoras auditivas. Um apertão de pernas é coisinha para uma lesão no ouvido interno, maneiras que espero que se encontre bem, que nós por aqui benzinho, obrigada.
Respondendo à sua questão, julgo que a mesma encerra duas vias: ou sim, é bom, porque a mocinha estava tão maravilhada com o seu dar à língua que entre um arfar e outro fechou as pernas levando a que quase perdesse, literalmente, a cabeça, ou não, apanhou-a despercebida e pouco relaxada, e quando o seu linguajar a atingiu mais parecia que estava a levar uma injecção de penicilina em àreas sensíveis.
O minete é qualquer coisa que implica mais duas: gosto de ambas as partes e relaxamento, sobretudo do grelame. Minetar de forma perfeita não passa por chupar como se estivéssemos a comer marisco. Aconselho uma investigação prévia pelas redondezas. Pernas, virilhas e tal, por forma a que se chegue, precisamente, a um relaxe muscular e o real Segredo se abra em toda a sua graça e beleza. Demorem-se entre uns lábios e outros e não permaneçam, teimosamente, no clítoris, como quem estuda mal para um exame e cola com cuspo os factos mais importantes. No Segredo e na minetagem tudo é importante.
Para continuar nas ambivalências, na minha teia tenho apanhado um pouco de tudo. Macho que adora «falar-me» e vai directo ao assunto como se não houvesse amanhã, e macho que não adora minetar, que não gosta mesmo, e me deixa a salivar e a entrar em acordos sexuais, por outras pessoas encarados como chantagem, embora eu refute e só fale na presença do meu advogado...!
Maneiras que, Estimado, assim à laia de chave certa do Euromilhões, eu apostaria de forma optimista e diria que sim. A sua gaja gostou. Keep up the good work!
Há coisas no mundo feminino tão iguais e certinhas como 1+1=2. Independentemente do tipo de mulher que somos, há características machames que apelam universalmente ao grelame. Debruçando-me sobre as mulheres do meu tempo e da minha faixa etária, há um tipo de macho que é poção mágica para o mal du coeur...Gajos do reino prestai atenção!! Solteiros e disponíveis preparem os tímpanos! Aqui vao-se proferir lugares-comuns revestidos de dogmas sociais. Listen up!
O Grelame gosta de macho resolvido. E o que é isso de ser resolvido? É, basicamente, diferir ligeiramente dos restantes machos da matilha, porém não completamente para se tornar fora do mundo. As gajas gostam de um pouco de excentricidade ma non troppo. Os filhos e os relógios não se compaginam (palavra bonita...) com inaptos sociais. Umas botas Timberland ainda acompanham um gosto por música alternativa, mas umas rastas junto a um piercing visível jamais se perfilarão nos lugares cimeiros da triagem feminina.
As profissões também têm ranking junto das preferências grelames. Digamos que jornalista, fotógrafo, publicitário, produtor de TV, marketeer estão em alta e são boas apostas nesta bolsa de valores psico-emocionais. Pintor, actor, dono de bar alternativo ou de loja no Bairro Alto já quase resvala na premissa «Bom para apresentar aos pais». Nos antípodas, temos engenheiro informático, economista, empresário (whatever that means...). Tem nota positiva na check box do «Rendimento Fixo Acima da Média» mas choca de frente com o item «Criatividade».
O sentido de humor é a mais universal das armas. Works like a charm! Querem ver o gajame derretido? Juntem-lhe um piadético convicto com uma inteligência aguçada. Aposto como a configuração física do macho passará para planos inferiores à mesma velocidade que um Lamborgini dos 0 aos 100. Ou seja, em quase nada. Novas, velhas, boas, menos boas, burras, menos burras, inteligentes, cultas ou vividas, ter piada e timming de piada é um remédio social que levanta fervura em qualquer urgência.
É claro que queremos machos inteligentes, com pulso e espinha dorsal, generosos e amigos dos seus amigos. Mas na realidade, quase todas nós gostamos de um provider, de alguém que carregue a bilha do gás com mesma souplesse com que nos faz um minete apaixonado, que seja o nosso ombro e nos dê a sensação de conforto (emocional, físico, social) que TODAS precisamos.
A mulher pode ser um bicho raro. Mas nunca, por nunca ser, é um bicho estúpido.
«Para desespero das mulheres, o seu traje era irrepreensível e todas lhe invejaram o corte do vestidos, a forma do corpete, cujo efeito foi atribuídos genericamente a um qualquer génio de costura desconhecido, pois as mulheres gostam mais de acreditar na ciência dos trapos do que na graça e na perfeição daquelas que são feitas de tal maneira que tudo lhes assenta bem. »
O mundo gajame tem idiossincrasias que me deleitam e fazem sorrir. Principalmente se falamos de roupa e acessórios. E as malas? Por Zeus, as malas!! Depois do Triângulo das Bermudas, as pochettes do grelame encerram mais mistérios que a mochila do Sport Billy.
Há mulheres que possuem o dom da organização. E outras, como eu, que nascem com o botão no off e atafulham as malas, sejam elas de que tamanho ou intuito forem, com objectos perfeitamente anódinos aos quais sei, antecipadamente, que não darei a mínima utilização.
Sou das que acha que devo andar com a casa atrás, just in case. Mas just in case de quê? Olhando para o conteúdo das minhas malas, será sempre no caso de qualquer catástrofe natural, tal é a estupidez de coisas que lá meto dentro. Primeiro, e sempre, uma pochete mais pequena com objectos de uso pessoal e higiénico, aka, escova de dentes, creme de mãos, um poutpourri de make up, preservativos e uma muda de roupa interior. Selecção própria de quem saltita de cama em cama.
A par deste conjuntinho de coisas tenho sempre um livro (dos 7 que ando a ler ao mesmo tempo), uma agenda, pesadíssima, na qual me esqueço de agendar o que quer que seja, um perfume, desodorizante, carteira, enorme e a rebentar pelas costuras, e o telemóvel.
Isto tudo parece-me aceitável. Já colocar para o saco todo e qualquer papel que me dão na rua, qual animal recolector em época de angariação de comida, é que me parece mais idiota. Porém, continuo a fazê-lo, com a sensação que aquela informação ainda me vai ser útil. Um dia, quem sabe.
Será que todas estas coisas são apenas o que são? Objectos. Ou assentam em intenções, motivações, subtextos? Será que somos o espelho do que escolhemos colocar na nossa mala ou esta é só a mula de carga das nossas tarefas diárias?
O que queria dizer é que neste teu espaço fala-se de tudo um pouco, mesmo se converge tudo para a cueca. Fala-se de fodas, broches, minetes e afins. E de amor? Será que existe? Sob que formas? Serve para quê? Se bem lá no fundo (o mais dentro possível), o que se quer e foder e prontos! Será merecedor de um post para outros 150 comentários.
Súbdito Devidamente Identificado
Estimado Súbdito,
O Amor não é um assunto tabu. Aliás, o Amor é qualquer coisa que está sp presente neste blog, de forma mais ou menos velada. Acredito piamente que ele existe, sob as mais diversas formas e proveniências. Porém, a forma mais comum de Amar, entre um homem e uma mulher, ainda não se cruzou no meu caminho. E como não gosto de falar do que não sei, remeto este Consultório para a palavra douta dos súbditos, assim consigam não zaragatear ao mínimo sinal de antagonismo de ideias. Não ama quem quer, mas quem pode. Eu quero e posso. É tudo uma questão de timming.
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras.
Hoje proponho que desçamos à sub-cave da memória, até à cátedra dos bancos de escola, e façamos este exercício: a macieira dá o quê? Maçãs. A Pereira dá o quê? Pêras. Os Homens dão o quê? Filhos.
Entre outros presentinhos os Homens dão filhos. E para mulheres com um relógio biológico pouco suiço, dão-lhe a miragem de uma vida estável que a educação funcional e católica dos papás cedo se apressou a afinar no transistor.
Nunca percebi os «Ahs» e «Ohs» que acompanham a visão de um gajo com uma criança ao colo. Se querem amansar a fera mais ferida abanem-lhe com a imagem de um homem a brincar com uma criança, ou a tratar dela, e vão ver como de besta fera o grelame passa a gatinho dócil.
Mas até aqui eu ainda vou, com um sorriso troceiro nos lábios, rio-me, faço piadas e rezo para que nunca esse quadro dantesco se cruze nas minhas passadas em dias de TPM. Porém, um homem com filhos é a presa ideal para mulheres que não fazem ideia de quantas sílabas é composta a palavra auto-estima, tal é a sofreguidão com que se mandam à carniça. Literalmente. De tal forma que confundem vontade e necessidade de terem filhos e elevam a materninade a pontos que roçam o esotérico. Renomeiam a expressão «lutar pela relação» e munem-se das lanças necessárias à demanda da maternidade. Uma por todas e todas pelo espermatozóide!
E claro, quando o nome de código da missão é «Bebés», tudo muda. As conversas, as motivações, os objectivos, os passos e caminhos escolhidos, como se função das mulheres na Terra fosse apenas a de procriar, tarefa após a qual poderemos morrer descansadas com a consciência de que fizémos o que era esperado de nós. O interesse da maternidade torna-se chato, as crianças tresandam a sonhos frustrados e a vida fica inesperadamente mais curta e sôfrega.
Por entre noites mal dormidas e fraldas por mudar há qualquer coisa que fica pelo caminho. E não é a inevitabilidade da tarefa.
Bom, eu podia pôr-me aqui a inventar um post sobre caralhos e conas e a forma como interagem. Mas vocês, estimados, merecem mais que isso. Vai daí vim cá só dar um hello, dizer que estes dias têm sido, literalmente, do caralho, passados a lembrar-me quão boa é a piça nacional, inversamente proporcional à cabeça do machedo pátrio, but who cares? Dias libidinosos são dias em que os valores são menos importantes que os sabores, vai daí é isso que tenho andado a fazer: a foder que nem uma parva.
Mas como não vos vou deixar desamparados sem notícias desta Princesa, amanhã de manhã, logo pela fresquinha, há post novo. Oh se há!!
Apesar do machame, por vezes, parecer do outro mundo, de ser mais lento e titubeante na tomada de decisão que nós, de parecer mais hesitante no seu processo de escolha, numa coisa estamos em uníssisono: quando queremos alguém, estamos lá. Quando não, fugimos com a mesma força.
Vem este pensamento ainda a propósito do post anterior e das muitas conversas produzidas entre mim e algumas aias do Palácio sobre as várias razões que levam os machos a não investir no grelame quando o vento parecia apontar no nosso ponto cardeal. Pragmática que sou, acho sempre que, exceptuando razões limite, o gajame macho não investe na gaja por pura falta de interesse ou insuficientes razões que o façam deixar a jogatana de bola das terças feiras com o pessoal do escritório para se dedicar ao grelame em causa. Não consigo olhar para esta questão de forma mais elaborada e intrincada porque não há o que elocubrar sobre uma coisa que me parece clarinha como água.
Nós gajas pensamos diferente. Somos relutantes em aceitar o que se nos prostra sem espinhas diante dos nossos olhos. Como nascemos com o botão da explicação acoplado ao lado esquerdo do cérebro, gostamos de discutir à saciedade o que terá levado o macho, depois de mandadas grandes fodas, a não voltar a telefonar ou agir displicentemente perante o facto. Pois então se até foi tão bom! Se ele até parecia tão apaixonado! Se ele até lhe deu um beijinho no fim da foda, o que, como todos sabem, é o sinal universal do Amor....! E, pasme-se, até a levou à porta quando se despediu!! Por Zeus! Claro que a única conclusão que tiramos é que o macho gosta muito de nós e se não aje em conformidade é por toda uma panóplia de conclusões psiconalíticas que vão desde questões mal resolvidas com o pai a motivos de ordem maior com uma ex-namorada malvada.
Estimadas, quando as desculpas começam a ser mais que as estrelas no céu, chin up, boobs out, it´s show time! Peguem no vosso salto agulha e vão bater pestanas para outras paragens. Saber mandar a toalha para o chão é uma virtude para a qual muitas de nós não fomos programadas. Está na altura de levarmos o chip à fábrica...
Como? Ele não gosta assim tanto de mim? Impossível...