Penso que já se haverá deparado com tal situação e como nos ofereceu, através da sua sabedoria e experiência de vida, a oportunidade de esclarecer a malta, pergunto-lhe:
Na sua opinião Real, como é que deixamos um gajo (que já nos foi íntimo no passado) de novo agarrado à nossa saia?
(Já agora, bonita ideia essa do Consultório)
Cumprimentos a Vossa Alteza, Agradecida.
Súbdita Devidamente Identificada
Estimadas Súbditas,
esta questão não encerra grande mistério. Não há solução para o desamor. Não há poções mágicas para quem não nos quer nem feitiços para reverter cisões. E esta é uma verdade insofismável. É tudo uma questão de mentalização e auto-disciplina. Quando alguém de quem gostamos muito deixa de revidar o melhor a fazer é estipular o período de nojo através do qual estamos dispostas a fustigações várias e choros e tristezas desmedidas. Não há regras, cada uma saberá as linhas com que cose o seu sofrimento. Como diz o Buda, o Tempo é o nosso melhor amigo, e eu acrescento, a seguir ao vibrador...tergiverso...
Depois da nojice do nojo, apanhamos os cacos e deitamos no lixo. Não vale a pena colá-los com cuspo nem com Super Cola 3. O que não tem remédio remediado está. Ou seja, nunca por nunca ser se degradem na busca de um revival de alguma coisa que já foi, teve o seu tempo. Deixem-nas nos anais da memória e evitem os walks down memory lane, pelo menos nos primeiros tempos.
Além disso, os machos são caçadores por excelência. Gostam de pensar que são eles que lideram a marcha e traçam o caminho. Não entendem a caça feminina como manifestação de apreço e esnobam-na na altivez da seus genes. Mesmo uma corte bem feita, em vindo de grelame, confunde os neurónios machos e obrigam-nos a trabalhar à vez. Ora um, ora outro...
Na realidade minhas queridas, uma vez neste contexto de macho perdido, coloquem-se a seguinte questão: ora se o gajo não me quer, porque raio vou eu querê-lo? Se sistematizarem assim a coisa e atentarem nos efeitos secundários da situação, rapidamente verificam que o caminhar se faz em frente...
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras.
a vossa princesa anda ocupada a descentralizar. No âmbito da Realeza Aberta, estou num périplo pelo país em busca do Principe Perfeito. Fiquem atentos. Numa cidade perto de si poderá encontrar o TIR real para degustação de machos vários até à votação e eleição final.
Esta demanda teve início ontem em Famalicão. E que dizer de Famalicão? Muito, meus caros, muito. Os súbditos são de qualidade e várias foram as solicitações para que a comitiva real fincasse arraiais. É meio paradota como urbe, mas a leitura atenta do jornal Povo Famalicence assegurou-me que há muito mais debaixo daquela aparência monótona. Em havendo alguém neste palácio que seja natural desta bela localidade nortenha, o meu grande bem-haja!
Se acham que a vossa cidade deverá ser contemplada com a visita da princesa escrevam para o palácio e expliquem-se.
A saga continua. Sissi não desarma. Encontrarei o meu Principe, quilómetro a quilómetro, até que o entrepernas me doa...
Nas manhãs em que o sexo masculino decide brindar o meu acordar, há um pensamento que me assola, acto contínuo: por muito que eu ache algumas gajas tesudas eu gosto mesmo é de piça. E perguntam vocês: e porquê minha Sissi, deusa-mor da inteligência e sensualidade? E eu respondo-vos com duas palavras apenas: morning glory.
Acordar com a tesão a saltar à vista é das virtudes masculinas que mais prezo. Nada como abrir os olhos para o novo dia encostada à elevação peniana com que o macho acorda e seguir o seu compasso, qual chefe da banda. Por muito que faça frio para lá do edredon, há um calor que me invade as entranhas ao mais leve toque daquele simile de Cracatoa. As minhas medidas perfeitas iniciam um bailado sob a sua batuta e de repente sinto-me uma serpente pelos movimentos e pelas presas que me crescem ao vislumbrar semelhante monumento.
A partir daí é simples. As bocas encontram-se e os corpos seguem o que é esperado deles, intuitivamente e sem manual de instruções. Não há palavras, hesitações, só intenções. E um sorriso que não me sai da cara. Acordar assim é um luxo que, como todos, é raro. Tal como o bom sexo.
«Lembro-me do primeiro macho a quem tive que ensinar que um mau toque mamal pode ser tão traumatizante quanto um trapalhão toque rectal. Ao deparar-se com as Mamas Reais, pegou nelas e amachucou-as, como quem cozinha massa de pão e se prepara para a meter no forno. Uma desgraça. Tive que lhe explicar, do alto do leito real, que elas, as mamas, não são buzinas, ele, o magala, não era camionista, nem o sexo um percurso de auto-estrada Lisboa-Bordéus»
in FHM deste mês, As Aventuras de Sissi.
Iupiiiiiiii, trai lai lai lai!!!!
Ah pois é bebés! Sissi na FHM. Mamas ao Alto é o tema da crónica desta mês. A partir de ontem nas bancas e todos os meses até os rapazes da FHM e eu nos cansarmos deste sexo mensal. Por falar nisso, machame deste palácio, a gaja da capa é boazona nas horas. A vocês minhas queridas deixava-vos, se pudesse, o gajedo da redacção, que são todos uns amores muito grandes, muito grandes que diz que gostam de conviver. Se não, há um texto hilário que versa sobre as 33 coisas mais irritantes que os homens fazem e que nos tiram do sério. Vão lá ver e depois contem como foi...
Cumps a tutti e um excelente fim de semana. Pá semana há mais!
Tenho, assim como vossa excelência, umas maravilhosas 32 primaveras! Neste momento a minha vida deu uma grande reviravolta, a diversos níveis, mas o que me traz até si é o seguinte: terminei um namoro de 15 anos, não é um erro de escrita é mesmo 15! Por isso com uma simples conta de matemática pode facilmente concluir que comecei a namorar com 17!!!! Outra coisa ainda mais extraordinária, para mim é natural mas ao que parece para o comum dos adultos é coisa rara, é a quase ausência de traição (com uma leve excepção de uma troca de umas beijocas há uns 8 anos atrás mas penso que considerando a duração da relação me posso considerar uma heroína)
A grande duvida que me assola a mente, e me preocupa, é a seguinte:
Na minha última fase de solteira, adolescência, as coisas decorriam naturalmente da seguinte forma, conhecíamos um moçoilo que nos agradava, trocávamos olhares seguidos de umas boas beijocas e quanto muito pensaríamos se eventualmente iria haver ou não algo que se assemelhasse a uma relação sexual (passadas umas longas semanas, claro!), um esfreganço e pouco ou nada mais... (não iniciei a relação sendo virgem, não sou santa e namorisquei muito, mas uma mão chega e sobra para contar as vezes...)
Enfim agora não sei como me adaptar ao difícil mundo dos adultos!
Pois agora penso que o que deve suceder é pensar se deve haver sexo antes da troca das beijocas ou até mesmo antes da troca de olhares (caindo no exagero, claro!).
Meu Deus é assustador e tentador ao mesmo tempo...
Enfim tudo se há-de resolver naturalmente, assim o espero, mas uma palavra sua pode ser que ajude!
Súbdita Devidamente Identificada
Estimada Súbdita,
dúvida de grande pertinência a sua. De facto, saber se fodemos no primeiro encontro pode ser tão intrincado quanto o Teorema de Pitágoras. Mais uma vez, por mim falo: fodo no primeiro encontro se assim me apetecer e não «aborrecer» o parceiro. Mais do que todas as outras, esta é talvez a premissa que menos reporta a convenções porquanto depende exclusivamente da consciência de cada um.
O que lhe posso dizer Estimada Súbdita, é que depois de anos e anos e anos de fodame vário já me veio à rede machame com especificidades várias. Os que acham um crime de lesa majestade a foda prematura, os que batem palminhas e os indiferentes à coisa, que tambem os há. Como jogo limpo em tudo, não tenho paciência para pruridos mentirosos e pudices coquettes. Acho profundamente estúpido e uma pura perda de tempo.
Bottom line is: se ao fim do primeiro encontro com brinde o parceiro achar que sou uma puta porque fiz com ele o que ele quis fazer comigo a questão é simples: não é gajo para mim e volta à proveniência com a simplicidade e leveza de um mortal encarpado com dupla pirueta. Simplesmente, não o respeito e sem respeito não há mais nada.
Julgo que, mais do que encontrar o contexto certo, trata-se de encontrar a pessoa certa, seja para que relação for. E isso sim, não é fácil.
Súbdito Devidamente Identificado
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras.
Se pudesse dar um cognome a Lisboa, e dentre todos os atributos que a cidade encerra, há um epíteto que me vem logo à cabeça: casada.
Ao contrário de Londres, onde se vive com a liberdade que só as grandes metrópoles permitem, Lisboa, qual casulo de bicho-da-seda, está pejada de casais. De volta ao burgo, reparo que homens e mulheres encontram nessa finisterra de entendimento substrato e adubo para a sua própria vivência.
Parece que o celibato está fora de moda. Parece mesmo que ser-se solteiro em Lisboa é como pertencer a um grupo separatista, verdadeiros braços armados da revolução conjugal. De outra forma não se entende a necessidade de acasalar por acasalar e, uma vez aí chegados, não rumar a Sul quando o Inverno chega.
Os casais dominam a cena social. Como se o número dois fosse mais apelativo que o um e os ímpios solteiros fossem menos dignos de luz que os outros. O tempo dos amigos altera-se a partir do momento em que um significant other invade as suas vidas e os convites para jantar lá em casa passam a ser beneplácito do socialmente aceite. Afinal de contas, quem é que vai querer ser confrontado com a aparente liberdade de um homem solteiro? Ou com a suposta leveza de vida de uma celibatária que é, verdadeiramente dona do seu tempo?
Não se trata aqui de apregoar uma ou outra condição. Cada um com a sua. Mas o apagamento da reflexão e escolha individual, verdadeira fonte de evolução humana, em detrimento de uma vivência que apenas permite a escolha em casal é, ironicamente, o principal factor de ruína dessa instituição. Pensar EM conjunto será sempre diferente de pensar PARA o conjunto.
«I read so many bad thing about sex that i had to give up reading»
Autor Anónimo
Estimados Todos,
este blog tem piada porque é democrático - até ao limite, obviamente - e ninguém se leva muito a sério. O facto de falar de sexo ajuda, espero eu, a lançar a discussão e a reflectir sobre uma série de assuntos muitas vezes fechados nas encostas dos subtextos que criamos em nós.
Mas apesar do registo mais intimista e prazeroso que aqui se usa, e porque se fala de sexo, descambar é um caminho fácil e, para alguns, quase óbvio. Falar de broches ou de minetes, usar-se os termos concretos e de calão e partilhar o que se quiser, não significa apoucar, argumentar rasteirinho, jogar com o insidioso e esperar elevação. As palavras são o que são. Mas o que está por detrás delas salta muitas vezes à vista.
Bottom line is, as caralhadas são permitidas, mas usem-nas com inspiração. Pode ser, não pode?
Além disso meus Estimados, a Corte parte para Lisboa em missão de Estado na segunda feira. Serei menos presente mas qual Big Brother, I´m watching you. Deixo-vos a chave do Palácio e vou confiar. Não me desiludam amores.
Gosto muito do teu blog, e já li o teu livro....mas tenho uma grande dúvida...já tive relações com dezenas de mulheres...e ainda nao percebi uma coisa...quando voçes nos fazem bons broches, e muitas vezes nao conseguimos controlar e vimo-nos, gostam ou nao do nosso esperma...isto é preferem engolir ou tirar a piça pa fora da boca e ejacular cá para fora??..ja apanhei dos dois tipos,mas gostava de saber qual era o mais normal...eu sinceramente prefiro quando me venho para dentro da boca e por lá continua....:P
beijinhos
Estimado Súbdito,
É uma questão muito pertinente e importante esta que foca. Se me pergunta a minha opinião, não me passa pela cabeça fazer um broche sem que se venham na minha boca. Mas isso sou eu. Que gosto muito do acto e que o faço com um prazer e dedicação históricas. Que gosto de sentir as mudanças no falo de acordo com o seu grau de excitação e ser agraciada com o sumo divino. Mas, para lhe ser franca, não conheço muitas mulheres que gostem. Julgo que essa escolha assenta em pressupostos e apriorismo em relação sexo como conjunto e não apenas em relação ao broche. Para muitas de nós, ter o piço do companheiro na boca implica uma relação estruturada e regular. Brochar é ter intimidade. Já eu acho que brochar é um prazer e vai daí é sempre que posso. Depois há questão, incontornável, do sabor e textura, que afasta quem for mais sensível, sem que isso se prenda com mais nada que não com questões de pele.
Por outro lado, há muito macho que pensa que uma mulher que faz um broche é uma puta deslavada, vacarrona que só quer é foder. Já há por aí muito macho domesticado, mas tantos e tantos outros ainda pensam assim, o que condiciona a performance por parte do grelame.
Como em tudo Estimado Súbdito, o que interessa aqui é comunicar e saber ouvir, mesmo os sinais que não são verbalizados. Foder é, até certo ponto, estar atento. Se tiver dúvidas questione e questione-se. Pergunte à sua companheira se gosta e se quer. E depois enjoy!
Súbdito Devidamente Identificado
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras.
Quando queremos saber mais sobre a capital do Butão consultamos o Google. Para pesquisar sobre a Crítica da Razão Pura vamos à Wikipédia. Para conhecer grelame e machame com os mais variados intuitos vamos ao HI5, e o admirável mundo novo abre-se diante dos nossos olhos.
Existem muitos locais onde gajos e gajas podem travar conhecimento. Em casa de amigos, no trabalho, na noite, na rua. E depois há o HI5, esse palco privilegiado de engate-mor. E é só juntar água! Preenche-se um questionário com perguntas tão anódinas quanto filme favorito ou máxima de vida, colocam-se umas fotos em biquini ou tronco nú e já está: prontos para a debulha.
E eu sei do que falo. Eu tenho um HI5. Ao fim de dois meses a receber apelos dos amigos com frases pungentes como «O nao sei quantos quer adicioná-lo ao seu grupos de amigos» deixei-me ir. Isto da pressão de grupo tem poderes psíquicos que desconhecia até então. Preenchi o tal questionário com os pés e coloquei uma foto da Ponte de Brooklyn, só e apenas. Recebi comentários de gente ofendida. Desculpem lá...mas não me passou pela cabeça colocar fotos minhas, ou dos meus amigos, ou da família, ou dos cães, ou carro, ou do Bonsai...na realidade, eu não quero mostrar essas coisas ao mundo...e que me interessa a mim o que esse mundo pensa dessas coisas?
Não me interpretem mal. Eu gosto muito do engate como gosto de falar com desconhecidos na rua ou em qualquer lado. Mas o HI5 não está ali para o conhecimento nem para a conversa. A mim parecem-me gado, eles e elas, na fila para o matadouro. Nada contra. Cada um deve fazer o que lhe apetece. Acho apenas que há melhores maneiras de «morrer»...
Digo já isto agora para não haver confusão: eu não sou, nem nunca fui, apreciadora da saga do James Bond. Tirando o Sean Connery, um Senhor em qualquer ecrã, nunca os meus olhos de Princesa se demoraram mais que o tempo suficiente para apreciar, na diagonal, qualquer macho mais polido que se passeasse pela trama. Isto, claro, até ontem, dia em que assisti à ante-estreia de Casino Royal, o novo Bond com o novo Bond.
Embora o argumento seja do Paul Haggis (o mesmo de Crash e Million Dollar Baby), a história era o que menos me interessava dado que o meu gosto não é espartilhado por filmes de acção. Para além das várias explosões que ocorrem durante o filme, a verdadeira bomba chama-se Daniel Craig, o novo Bond, escolha polémica mas a mais acertada de todas. Magnético, viril, forte, e muito, muito real, o macho consegue dar a uma personagem misógina e bacoca um travo de homem do seu tempo. As frases banais são ditas com intensidade e qualquer floreado de guião soa a verdade insofismável. Numa palavra: carisma. Também pode não ser nada disto e eu ter-me ficado apenas pela imagem do tipo a sair dentro de água com uma sunga brasileira... mas não.
Pela primeria vez num filme Bond, as mulheres não são o eye candy do costume. O Bond gajo não é chauvinista e o papel das actrizes não se limita a mostrar mamilos erectos por entre biquinis da Victoria´s Secret.
Vejam o novo Bond. A história não tem tanto interesse quanto ele. Mas vejam e depois venham cá contar.