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cenas de gaja

28
Set05

9 cantigas e sexo do bom

sissi
À saída do filme 9 Songs, no Alvaláxia:
sissi - e então? o que achaste?
amigo - opá, gostei. Tinha umas cenas assim um pouco chocantes.
sissi - tipo quê?
amigo - tipo aquela que o gajo apanha a gaja a masturbar-se com o vibrador.
sissi - não sei bem se ele a apanha, sendo que estava na cozinha e ela no quarto...aquilo pareceu-me bem consentido...
amigo - sim, mas eu não saberia o que fazer se isso me acontecesse.
sissi - olha eu também não. Mas suponho que aquela cena, tal como a vimos, só acontece numa relação muito entrosada, com muito entendimento e diálogo.
amigo - sim, mas eu se visse aquilo não saberia se lhe daria privacidade e me ia embora ou se aquilo era um convite para me juntar a ela.
sissi - pois...também não te sei responder...acho que no momento saberias...ou então perguntavas-lhe....mas achaste excitante?
amigo - por um lado sim, por outro ficas sempre na dúvida se o vibrador não está ali a fazer as vezes de uma falha tua.
sissi - poderá ser, mas no caso não me pareceu de todo. Aquilo era totalmente despido de segredos. Ela gostava de estar com ele, mas dar-se prazer era uma situação que lhe agradava também, necessariamente de outra forma.
amigo - sim, mas os homens ficam muito inseguros com essa merda...
sissi - pois é, que mariquinhas!
27
Set05

As papagaias

sissi
Ultimamente tenho tido o desprazer de conviver com um dos tipos de pessoa que mais me desagrada. As papagaias. Aquelas que, há falta de melhor, imitam trejeitos, roubam palavras, surripiam ideias descaradamente e tomam-nas para si como se tudo aquilo fosse produto das suas articulações e pensamentos. Se essas pessoas forem mulheres, a coisa torna-se mais complicada. Porque sendo a pessoa menos competitiva que conheço, não estou totalmente desprovida desse mal e, como tal, numa situação de igualdade, já dei por mim a tentar ser a primeira a cortar a meta.
As mulheres papagaias enervam-me. Tenho uma amiga assim. Honra seja feita sua à capacidade de interiorizar as ideias dos outros e, consequentemente, entrar em personagem. Irrita-me que me sugue a imaginação e displicentemente a arremesse em conversas alheias. E eu entendo que todos nós fazemos isso, todos temos referenciais e matrizes, mas a reprodução acrítica de uma opinião escutada, o juntar letras e formar palavras sem um segundo de reflexão sobre elas é o suficiente para que o meu interessa se esvaia.
E eu e a minha amiga temos esse tipo de relação. Ela continua a ser uma amiga porque, obviamente, não a retalho. Ela não é só isto ou aquilo. É um todo que aprendi a gostar e a respeitar. Irrito-me com ela na mesma proporção em que me entristeço. Porque a vejo como alguém que já nasceu velho, que precisa de canibalizar as opiniões dos outros para se tornar numa mulher do seu tempo. E por isso calo-me. E continuo a conversar com ela e a ouvi-la como se me ouvisse a mim.
19
Set05

O Beijo

sissi
Arriscando-me, como diz um amigo, a tornar-me na nova revelação da escrita porno, com direito a apresentação do livro no Bar 25 do Rossio, hoje apeteceu-me escrever sobre o beijo. Ou sobre a falta dele no contexto sexual (where else!!??).
Vem isto a propósito de uma recente investida sexual a macho alheio. Daquelas situações onde já se bebeu umas e fumou outras, e as feromonas já se confundem com os canabinóides, e a vontade emerge como se não houvesse amanhã. Enfim, to make a long story short, a coisa deu-se. E eu dei-me mal. Como faço poucos juízos de valor sobre as pessoas e as situações (pelo menos tento...), não tenho pejo nenhum nem há nada que me impeça de sair de situações de cama quando, depois de devidamente avisado e direccionado, o parceiro insiste em não distinguir a direita da esquerda. Vai daí, estava eu no meu ritual de iniciação pré-coital, quando percebo que o efebo não fazia intenções de alinhar no must sexual de sempre: o beijo.
O beijo é, para mim, o maior turn on da história sexual. Da minha, claro. Oscular devidamente pode ser tão bom quanto um orgasmo e é, certamento, a melhor forma de o entabular. Forte, profundo, escorreito, é remédio para qualquer maleita. Acontece porém, que quando o ritual coital se inicia, a maioria dos homens tende a obliterar esse elemento, como se a água, o ar ou o fogo pudessem ser retirados, sem mais, à conjunção de tantos outros factores. Retirar o beijo é esquecer a construção sexual. É alinhar pela manutenção do acto apenas como acto em si sem qualquer pundonor. Faz com que nos sintamos fora do lugar e fora do momento.
Mau, mau, é quando percebemos que o parceiro o faz porque não se quer dar ao trabalho, por puro torpor, madraço de merda que acha que é só abrir a perninha e já está. E então, cobardemente, enfiam a cabeça na almofada enquanto nos penetram ao ritmo do seu próprio desejo, transformando um pas-de-deux num triste e desafinado solo.
Julgo que foi para contextos como este que a expressão «Sai de cima mim» foi criada...Tal como, de resto, a porta da rua foi feita para sair...
15
Set05

E vão 30!

sissi
Nada como uma converseta inocente sobre sexo para as caixas de comentários subirem em catadupa!!! Obrigada! You´ve made my days!
Já quase parecia aqueles jantares em que as pessoas estão letargicamente deitadas nas cadeiras, aborrecidas porque se falam de coisas tão anódinas como por exemplo, sei lá, delas mesmas, e de repente, alguém diz «nexo» e as pessoas ouvem «sexo» e a orelhinha vira-se em torno dessa homofonia, na esperança que alguém fale alto aquilo que se pensa baixinho... É de rir! É vê-los a acordar, e de repente os monossílabos dão lugar a frases completas, e dependendo do grau de excitação, a palavras com mais de três sílabas! Que malucos! Doidos! E depois damos por eles a dizer palavras como «cona» e «caralho». Uma intentona orgíaca verbal!
Entretanto a conversa, que estava centrada em generalidades, não raras vezes banalidades sobre sexo, começa a girar em torno de alguém mais afoito, que centra em si próprio e na sua experiência as ideias em debate. Nesse momento, os abutres entram. Os que estavam adormecidos. E atacam de mansinho as convicções alheias apenas porque os outros fazem e dizem aquilo que eles, na sua incomensurável cobardia, nem ousam sonhar.
Mas enfim. São essas pessoas, anónimas, que, muitas vezes, me fazem sorrir, do cimo do meu castelo altaneiro... Obrigada...
13
Set05

Variações sobre o Broche

sissi
Enquanto o texto O Broche não termina no ecrã semi-escrito do meu PC, lembrei-de algumas considerações avulsas a propósito deste post. Roubando descaradamente e sem pudor as matrizes, aqui vão algumas ideias sobre o assunto:
1- O broche é rápido
sissi - Discordo de uma forma genérica, a não ser em duas situações: se for bem feito e o parceiro não tiver um orgasmo há algum tempo, sendo que a causalidade existe e é determinante para que a primeira permita a segunda. O Broche Tal Como Eu O Entendo (BTCEOE) prolonga-se não no tempo mas no prazer. E pode, ou não, ser tanto mais prazenteiro quanto mais duradouro. Claro que existem os mínimos olímpicos, mas não apenas para o homem. Uma mulher que o faz por prazer (e não apenas para agradar o parceiro) também tem os seus. O BTCEOE dura até à fímbria do orgasmo. Para depois parar, baralhar e dar de novo. E assim sucessivamente...
2- O broche permite manter os estereótipos de submissão da mulher
sissi - sempre me questionei como seria possível considerar-se o Broche como um acto de submissão da mulher, quando é esta que tem as Jóias da Coroa do parceiro na boca... Que tipo de submissão permite à mulher controlar o «âmago» do outro? Fossem todas assim as submissões... Para além disso, esta opinião assenta na ideia de que a mulher não tem prazer quando faz um broche, ideia da qual discordo em absoluto. Pode não ter orgasmo, mas terá, certamente, o prazer de dar prazer, o que para os paladinos do «sexo sem orgasmo não é sexo» será uma ideia peregrina. Para mim, é totalmente verdadeira.
3- O broche mantém inalterada a fórmula do prazer certo do homem e prazer ausente da mulher
sissi - «prazer ausente da mulher»...medo...vide ideia supra
4- O broche permite à mulher não se despir num contexto de desconforto generalizado com o seu corpo
sissi - e os broches que são feitos em vãos de escada, por exemplo? Aqueles de fugida, sorrateiros, quase insidiosos...esses são feitos de roupa vestida (ou não, mas geralmente são-no) e não são menos gostosos pela roupa tapar a pele. Já sei que me lembrarão que a esta ideia está subjacente a ideia de «desconforto generalizado com o seu corpo», mas não consigo entender como é que um broche é feito sem que um calor bizarro nos invada desde as entranhas à película capilar, sem que as sensações nasçam dos poros, e assim sendo, como é que esta ideia emparelha com a de desconforto consigo mesma.
5- O broche permite esvaziar a ideia de intimidade entre duas pessoas ao eliminar a comunicação verbal entre elas nessa intimidade (tirando os grunhos do homem claro)
sissi - Não posso discordar mais. O BTCEOE pressupõe comunicação. Verbal, não verbal, directiva, não directiva, you name it. E da forma como sempre o articulei, o broche, o verdadeiro, nasce de uma intimidade produzida, largamente, pela amizade e entendimento. Quando isto não existe, continua a ser bom, mas não é o Real Thing.
6- O broche facilita o contacto íntimo com alguém em quem não se confia, não sendo regra geral tão traumático de fazer contrariada do que o acto sexual em si
sissi - fazer broches em quem não se confia/conhece? Never!
PS - Venham os Torquemadas! Quantos são, quantos são!? ;-)
08
Set05

Exercícios de sub-texto

sissi
Tenho a perfeita noção de que quanto mais vivemos mais aprendemos a viver. Mais nos aperfeiçoamos, sobretudo naquilo que queremos deixar, mais nos habituamos às pechas do quotidiano, às marcas de água e beijinhos no ar, estamos mais atentos, com tudo o que isso implica, e, no limite, já sopramos vida à nossa quietude e paz interior.
Inspirada pelo post desta senhora e nas horas perdidas à conversa com as várias pessoas com quem já me cruzei, dei por mim a pensar na forma como a definião de «relação» tem mudado para mim ao longo do tempo. Se o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos, então já muita àgua passou debaixo da minha ponte. Facto é, que hoje em dia, me vejo numa moldura diametralmente oposta à que sempre aprendi a conhecer.
Não sei se por ser curiosa, se por estar estruturado em mim, dou-me conta que a dimensão empírica das coisas tem vindo a tomar uma importância paquidérmica na minha compreensão do mundo e do que me rodeia. Construída pelos afectos, sou cada vez mais isso mesmo. E é talvez essa a razão porque me vejo num tipo de relação em que os conceitos de traição, fidelidade e amor estão muito mais ligados ao respeito e cuidado que a outra pessoa, enquanto pessoa, nutrir por mim, do que por qualquer escapadela sexual que a mesma decida fazer no decurso do mesmo relacionamento.
Amor e sexo são, para mim, coisas diferentes. Nunca me aconteceu amar uma pessoa com a qual o sexo não fosse prazenteiro. De resto, só amei uma pessoa... Mas suponho que isso seja meio trágico. O que me impede de amar uma pessoa e fantasiar com outra? O preconceito. Como se no momento em que nos apaixonamos o Outro deixasse de existir como entidade corporea e nós nos esquecessemos que um dia já tivemos o desejo como estímulo fundamental. Não estou divorciada das relações. Mas tenho como cada vez mais certo que o seu conceito, em mim, tem mudado. Por isso procuro alguém que entenda que, passado o fogo preso inicial, há que baralhar e dar de novo. A normalidade serve apenas um intuito: o de nos sentirmos integrados. O que não significa que nos sintamos bem.

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