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cenas de gaja

27
Dez04

Hey Jude!

sissi
«What do I have? Some money in the pocket, smart suits, a fancy car at my disposall. I don´t depend on no one, no one depends on me. I´m single. So? What´s the answer? I have all that but I don´t have peace of mind. And if you don´t have that, you have nothing? Ya know what I mean?
Jude «The Greec Statue» Law, em Alfie.
Gosto muito do Michael Caine. Gostei muito de o ver como Alfie no original de 1966, se não me engano. Mas este novo Alfie, este fashionista metrossexual dos tempos modernos é um pedaço de carne de tombar pó lado! Pena que lhe falte o talento, mas a personagem é muito boa.
Sempre gostei dos maus da fita, os odiáveis, crápulas, facínoras, pécoras, bandalhos. Quando inventados com inteligência, dão sabor à trama e são, não raras vezes, mais interessantes e reais do ponto de vista humano que os outros, mais híbridos.
E gostei especialmente deste Alfie, porque mais do que gostar, admiro aquelas pessoas a quem um sorriso e o charme bastam para passar pela vida sem grandes turbulências, em que um chiste bem metido é o suficiente para matar possíveis lápis cheios de azul da censura. Não sou assim nem nunca serei e fascina-me essa diferença entre mim e o outro.
Este Jude Law não é dos «maus» mas a sua displicência, consciência e machismo face às mulheres, e a forma como o faz sempre de sorriso nos lábios é irrestível. E há tantos por aí...
27
Dez04

Chiça, Penico, Chapéu de Côco...

sissi
...que o Natal já lá vai! Conseguir sobreviver ao Natal é um facto que me orgulho muitíssimo. Há excepção das férias grandes, por motivos que guardarei para o meu analista, o Natal é a época do ano que menos gosto. Porque se eu quisesse ver um filme do Fellini ia ao cinema. Assim não. Tenho o filme em casa, ano após ano. E olhando de fora, e agora que já passou, até consigo esboçar um sorriso. Com sorte, os movimentos sinápticos ainda me arrancam uma gargalhada. Mas é tudo.
Este ano, após constantes boicotes aos natais familiares perpetuados por mim, a minha família achou (ou achei eu) que o melhor seria passarmos um Natal mais calmo, e que ao invés das 354 pessoas (das quais 253 são crianças...) que, herculeamente, conseguimos reunir todos os anos à mesa, mais valia ser só «nós»: eu, pai, mãe, irmão, avós, cunhada, pais da cunhada e cadela. Continuei a achar que este ano teríamos novo comício, mas pronto, sempre seríamos menos.
Depois de quilómetros para chegar à «arena», aka, a casa onde se passou a consoada e onde eu lutei contra o espírito natalício, e finalmente chegados, deparo-me com o horror, a tragédia. Qual milagre da multiplicação, o «nós» passou a abarcar uma infinidade de gente que eu reconhecia como sendo familiares dos meus pais e irmão, mas que não escolhi para fazer parte da minha família.... Fiquei tão fodida que meti trombas a noite toda e nem os ralhetes da minha mãe me demoveram da razão.
E quando eu achava que nenhum Natal é mais surreal que o meu, eis que a lei de Murphy me vem provar à saciedade que quando as coisas podem correr mal, correm mesmo...
Ora estava eu sem saber se «gromitava» pelo bacalhau se pela dentadura que meu tio avô (cabrão do velho) decidiu colocar no copo de àgua mesmo à minha frente, quando um dos meus 7364 tios decide puxar de um saco de presentes, tipo o do Pai Natal, ainda não eram nove da noite. Eu adorei. Era a desculpa perfeita para me levantar da mesa e ir fumar um cigarro, que eu nunca compro presentes a ninguém. Mas não. De dentro do saco, saem coisas maravilhosas, muito dentro da quadra: perucas... Sim, caro 68, perucas...Então, a cada um calhava uma peruca e todos, individualmente, teríamos que tirar uma fotografia... Certo... Não sabia se havia de rir se chorar...Tentei imaginar um filme com aquele cenário mas a minha imaginação estava toldada pelos risos galhardos da pessoa que se diz irmão do meu pai...
Depois do circo ter acabado e terem arrumado os palhaços, as focas e mulheres barbudas, já era altura de abrirem os presentes que toda a gente se esmera em comprar. Toda a gente, menos eu, como já te referi. E é aqui que entram as figuras mais odiosas do meu Natal: as pdc's, ou seja, as putas das criancinhas...Don´t get me wrong, eu adoro crianças, só não gosto daquelas. As Matildes, os Lourenços, os pipis, os cócós, os xixis, foda-se, que os putos são do pior!
Mas estava guardada para o fim a cena da noite. Filipa de Loyolla e Basto, assim se chama a minha cadela, e não fui eu que lhe pus o nome, personagem omissa nesta história até ao momento, protagonizou o momento alto do Natal de 2004. Depois de abertos os presentinhos e distribuídas as 36 Barbies e 85 consolas Playstation, voltámos à sala de jantar onde se de tinha dado o pecado da Gula, para «petiscar qualquer coisita», que, afinal de contas, «a comida não se pode estragar e há tanta gente a passar fome, e já acabámos de comer há mais 20 minutos e parece que já tenho aqui um ratinho a roer...». Todos, menos a minha cadela, o meu orgulho, que é tão pequenina mas já partilha dos ideais da mãe «Abaixo com o Natal!». Bom, meu caro, só te sei dizer que quando voltamos de pecar pela segunda vez, a sala de estar, ou «Sala da Árvore», estava transformada em campo de batalha, qualquer coisa como Vietname meets II Guerra Mundial. A minha menina parecia uma rebarbadora! Ele era as Barbies desmembradas, os jogos das Pulgas na Cama, já sem pulgas, a Carlota Cambalhota (nome verídico...), esventrada, e os putos em estado catatónico...
Fiz a minha retirada estratégica. Aliás, fizémos. A Sala da Árvore (que também veio abaixo, by the way...) passou a ser território inimigo...
Metemo-nos no bólide e rumámos a casa. E como tudo está bem quando acaba bem, assim se passou mais um Natal...

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