Plágio
Querida Luna,
não nos conhecemos mas faz de conta. Na verdade sigo o teu blog há muito tempo o que me permite esta familiaridade meio bacoca, é certo, porém, assumo-a sem medos.
Escrevo-te porque vi que também tu foste plagiada. E digo também porque, obviamente, também o fui. Redundância allez! No teu caso, copiaram-te pedaços de prosa para colocar no Facebook. No meu, deram-se ao trabalho de fazer um blog inteirinho e colocar, ispis verbis, copy cat, os textos que escrevi.
Fui alertada pelos muy nobres súbditos desta casa e a minha primeira reação foi similar à tua: morte à puta que me usurpou as sinapses, os pensamentos e a trabalheira que isto dá. Pior. Fê-lo para colar o fruto da minha lavra num blog para lá de horrível de feio e a tresandar a Amadora-Sintra. Plagiar, sim senhora, mas ao menos façam-no bem. É um pouco como o encornanço, sabes? Se o quiserem fazer, tudo bem, desde que longe e apenas se valer a pena. Se for para comer uma rameira mais vale estarem quietinhos. Adiante. Dizia-te eu que fiquei a espumar. Ainda lhe enviei um email a espichar-lhe as paredes daquele cortiço de uma merda que só nós princesas conseguimos produzir, e que tem um aroma nobre. Mas depressa me enfadei. Tanto, que, honestamente, sublimei o nome da xafarica - se alguém se lembrar, chegue-se à frente, please.
Até que o Tempo se escarregou de operar um milagre, como só ele sabe fazer, e me dotou de uma clariviência, rara, muito rara, que deu um jeito enorme. Fui ao sítio onde se regista estas coisinhas e registei tudo, de fio a pavio, caralhada por caralhada até à caralhada final.
Ao que parece, a blogosfera não é uma arena protegida. E salvaguardar o trabalho desta forma é o nosso melhor reduto - para usar uma linguagem desportivófuteboleira
Maneiras que, se me estás a ler, plagiadora, e deves estar, até porque é disso que te alimentas, se tentares fazer alguma coisa com os pintelhos que aqui escrevo, sujeitas-te a tratamento «Ivo Canelas no filme Call Girl»: "Estás tão fodida, pá!" - repara como sou fofinha contigo ao ter escolhido um filme que se adequa bem à tua craveira intelectual.
E é isto, Luna. Em vez de te apoquentares, protege-te. A sério. Dá menos rugas.
Beijinhos da Sissi, Princesa do Povo.