Farewell
Se alguma coisa o ano que passou me mostrou com clareza, é a noção de que nada dura para sempre. Nem este blog. Quase seis anos depois da sua criação, o Cenas de Gaja termina no final de 2010, precisamente daqui a um ano.
Editei quase três livros - by the way, o terceiro só sairá na Primavera por imperativos de mercado, apenas e só - e mantenho duas crónicas regulares na imprensa. Conheci pessoas fantásticas, escrevi tudo o que queria, da forma como queria, e dei forma a demónios internos que, hoje, já não dão sinal de si. Tenho o maior orgulho da Sissi que fui, da que sou, e grande esperança no que ainda tenho para dar. Porém, tudo é transitório e o tempo desta voz com que falo deixou de fazer sentido. Já não me sinto zangada, nem olho para os homens ou para o sexo com a leviandade de outrora, e substitui a quantidade de experiências pela qualidade das mesmas. Estou mais focada, mais concentrada, e menos interessada em foder ao desbarato. Aos 35 anos, nesse particular, fiz tudo o que queria fazer e escrevi aqui uma súmula, mais ou menos real, do que se foi passando. Hoje, vou continuar a partilhar coisas convosco, mas com os olhos, a voz, a cara de quem realmente escreve e vive. É só estarem atentos ao que se vai passar nos próximos meses.
Até lá, o Cenas de Gaja termina com o terceiro livro, lá mais para a Primavera, como disse, e uma peça de teatro, no final do ano. É este o programa das festas. Das várias que aqui vos dei conta, cujo pano fecha em 2010 para abrir noutro palco. Como escreveu Charles Dickens, em Tale of Two Cities, «foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos».
Obrigada. Mesmo.
Até já.