Romance e Sexo
Tenho andado aqui a pensar com os meus botões de madrepérola que isto de ser Princesa das boas tem que se lhe diga. Não sei se é porque a vida me bafeja com purpurinas de ouro verdadeiro, ou porque o Universo joga comigo e com a minha ausência de paciência, o certo é que, recorrentemente, o romance é falho de sexo e o sexo é falho de romance. Ou seja, ou participo activamente nas Fuckfests reais, findas as quais tenho boqueiras e alguma dificuldade em sentar-me e fazer gestos bruscos, ou então levito, de nenúfar em nenúfar, qual abelhinha em busca do mel, em auréola amorosa tal que chega a provocar o vómito.
É verdade que sou uma mulher intensa. Em tudo. Se é para brochar, brocha-se, não se dá festinhas. Se é para suspirar de amor, suspira-se, não se hiperventila. Porém, aguardo com serenidade o momento em que as duas condições se encontrem, assim como quem não quer a coisa, e aí possa experimentar o doce perfume do estar apaixonado de forma mais concreta e global.
Enquanto essa ocasião feliz não chega, detenho-me no buraco negro que vive entre romance e sexo, o tal que espera a argamassa que lhe dê brilho e luz. E penso que enquanto o romance me dá a ideia de continuidade e me faz sentir parte deste grande plano universal para todos nós, o sexo faz-me sentir viva ao permitir que o sangue me galope nas veias numa cadência única.
Por estes dias, vive-se romance assexuado. Ou será sexo romanceado?