Não me fodam.
Ir a África e condenar o uso do preservativo é digno de uma falta de consciência e de tacto apenas aceitável em pessoas acéfalas e com uma maldade apurada. Diz que foi o Papa quem o fez. Que condenem os casamentos homossexuais, e tudo o que diz respeito ao desbaste da anilha traseira por matulões do mesmo sexo, que não ordenem mulheres e outras minudências que não bulam directamente com a saúde e a vida das pessoas, ainda vá. Reclamar que a Igreja mude nestas e noutras questões deste cariz é irreal, já que a génese e os princípios pelos quais se regem estão nos antípodas do que a modernidade
agora nos mostra.
Mas visitar um continente desbastado, entre outras coisas, pelo vírus da SIDA e desaconselhar o uso do preservativo, é a mesma coisa que o o capitão do Titanic exortar os passageiros a não confiar nos botes salva-vidas depois do barco começar a afundar. Mas que caralho de respeito pela vida humana é este? E não há um caralho de um jornalista que, perante esta ideia, se levante e, simplesmente, questione? Parece que não. Membros da Igreja defendem estas declarações com a ideia de uma «educação para a responsabilidade». E quem os educa? Os Papas da vida?
Não me fodam.