25
Set04
Terminal
sissi
Estava eu cogitando sobre qual o Magnólia mais adequado ao meu estado de espírito (como se fossem todos muito diferentes, os Magnólias, entenda-se), quando a minha veia pequeno-burguesa me levou à Praça de Londres, que é uma praça internacional de grande patine.
À custa de me esfarrapar toda na Valentim de Carvalho, os senhores Castello Lopes tiveram uma atitude de grande elevação moral e decidiram ofertar-me um bilhete de cinema (gaste 15 contos em compras e ganhe mil paus num bilhete de cinema), o qual muito agradeci. A escolha não era variada. Entre a nova fantasia do Spielberg e a sequela do Bourne (muito contra-natura) decidi optar pelo Tom Hanks em detrimento desse éclair au chocolat que é o Matt Damon.
Já de nalga em riste nas cadeiras aerodinâmicas do cinema Londres, e preparadinha para mais um filme banal, eis que surge Tom Hanks, mais Forest Gump que nunca, num filme que «fala» sobre a amizade, a solidariedade, num sub-texto que aborda, precisamente, a falta delas.
O que me ficou, verdadeiramente, deste filme, foi a lembrança (que é tão estrutural em mim que às vezes me esqueço), do verdadeiro fascínio que tenho por aeroportos. Adoro. E adoro tudo. Devo ser das poucas pessoas que não se importa nada que os aviões atrasem. Adoro ficar a olhar e a imaginar o destino dos passageiros, o propósito das viagens. Estarão felizes? Emociono-me quando vejo os afectos de quem chega e quem parte, porque são lágrimas de quem, acima de tudo, espera. A ida. Ou a volta. Em trânsito para uma espécie de Finisterra, de Terra de Ninguém, onde estamos sem estar.
À custa de me esfarrapar toda na Valentim de Carvalho, os senhores Castello Lopes tiveram uma atitude de grande elevação moral e decidiram ofertar-me um bilhete de cinema (gaste 15 contos em compras e ganhe mil paus num bilhete de cinema), o qual muito agradeci. A escolha não era variada. Entre a nova fantasia do Spielberg e a sequela do Bourne (muito contra-natura) decidi optar pelo Tom Hanks em detrimento desse éclair au chocolat que é o Matt Damon.
Já de nalga em riste nas cadeiras aerodinâmicas do cinema Londres, e preparadinha para mais um filme banal, eis que surge Tom Hanks, mais Forest Gump que nunca, num filme que «fala» sobre a amizade, a solidariedade, num sub-texto que aborda, precisamente, a falta delas.
O que me ficou, verdadeiramente, deste filme, foi a lembrança (que é tão estrutural em mim que às vezes me esqueço), do verdadeiro fascínio que tenho por aeroportos. Adoro. E adoro tudo. Devo ser das poucas pessoas que não se importa nada que os aviões atrasem. Adoro ficar a olhar e a imaginar o destino dos passageiros, o propósito das viagens. Estarão felizes? Emociono-me quando vejo os afectos de quem chega e quem parte, porque são lágrimas de quem, acima de tudo, espera. A ida. Ou a volta. Em trânsito para uma espécie de Finisterra, de Terra de Ninguém, onde estamos sem estar.