Carta ao Pai Natal
Querido Pai Natal,
para variar, este ano fui uma Princesa das boas. Ao contrários dos outros lustros, não fiz grande merda de enorme relevância para o mundo, justamente porque o mundo decidiu bater-me à porta como só o mundo inteiro sabe fazer. Vai daí, não inaugurei creches, não coloquei a primeira pedra para a construção de escolas para os pobrezinhos, não dei a cara e o corpo por peditórios que acorram às maleitas de uma forma geral e global. Nada disso. Este ano, vivi-o para mim, só para mim, apenas para mim. E, por isso, fui uma Princesa melhor.
Assim sendo, não querendo abusar, mas já abusando, este ano peço-te um presente que te soará estranho, a ti e o mundo que me bateu à porta. E não querendo cagar, mas já cagando, aqui vai o meu pedido de Natal: um homem. Obviamente, não te peço um homem qualquer. Nem podia. Mas peço-te um homem que queira amar e ser cuidado por uma princesa da mais fina casta. Eu. E mais não te posso pedir. Porque alguém que se disponha a isso, já é alguém que possui as restantes qualidades que também procuro, e que não vou estar a enumerar para não enfadar. E antes que comeces com conversinhas de merda e eu me chateie contigo, Pai Natal, entende que não sou, nunca fui nem nunca serei uma cabra fria, desprovida de emoção ou afecto. Gosto é muito de foder. Mas chegou a altura de passar para território desconhecido. A foda já não tem segredos.
Maneiras que aguardarei, calma e serenamente, que o meu presente me chegue. Eu faço a minha parte, tu fazes a tua. Bale?
Já agora, Feliz Natal para ti também. Que a ti só te pedimos coisas, nunca ninguém te oferece nada.