Edital
Não sei se é por ser Natal e o vosso espírito estar em alta, mas já algum tempo que não recebia tanto hate mail, tanto veneno virtualmente destilado, aqui e em privado, como se este Palácio fosse o escarrador público. E pensará o incauto marinheiro de primeira água que vista este blog que terei insultado as mães de alguns de vocês, ou vocês mesmos, ou que cometi um crime de lesa majestade. Mas não. Limitei-me a escrever que não acreditava no amor para a vida e que gostava de dormir sozinha. Ora bem, a quem é que isto interessa, verdadeiramente? A mim e aos que privam comigo. Curiosamente, não é nenhum de vocês, mas quase todos escreveram aleivosias tais que, dir-se-ia, serem os fiéis depositários das minhas (des)crenças.
Agradeço o desvelo que mostraram para com a minha vida, passada, presente e futura, com as minhas supostas decepções e desamor, e com o que faço com a vagina real. A sério. I´m touched! Mas, na realidade, se vocês não conseguem ler subtextos, ou mesmo frases completas em discurso directo, nem perceber uma outra analogia mais rebuscada, esse problema não é meu. Se vos arranha o escroto tudo aquilo que aqui escrevo, da forma como o faço e sob as premissas que entender, esse problema, adivinhem!, continua a não ser meu.
Por isso, a sério, parem de me entupir o mail com náuseas várias. Eu estou-me positivamente cagando para o que vocês pensam a meu respeito ou da forma como escolho viver a minha vida. É inútil continuarem. Usem esse tempo para ler outras coisas. Talvez assim percebam que o mundo inteiro não termina na barra da vossa saia.