Sexpo
Na Africa do Sul, em Cape Town, terminou mais uma edição da Sexpo, Health, Sexuality & Lifestyle Expo. Lá do outro lado do mundo, já perceberam, provavelmente há muito tempo, que um evento sobre sexo não tem necessariamente que programar concursos sórdidos de gente que tenta enfiar metros de corda por onde deveriam passar metros de piça, shows de strip suburbano e freak shows que são a negação de tudo aquilo que considero como Sexo.
Desde já, parece-me responsável e inteligente que uma organização que trate de sexo trate também de saúde, já que, no limite, e para início de conversa, uma sexualidade feliz implica quase sempre um saúde cuidade. Seja física ou mental. Depois, porque quando falamos em indústria do sexo devemos ir umas milhas mais além dos simples filmes que arrendamos às escondidas no Blockbuster mais próximo. Então e a arte erótica? Os desfiles de lingerie? A dança do varão? A fotografia de nus? Não serão estes, e tantos outros, food for thought?
E já agora, os médicos. Os cirurgiões que transformam qualquer menina do coro em pornstar, os teraupeutas sexuais, que ajudam a compreender a intrincada teia que é a sexualidade humana, os sex coach, que permitem que tiremos o melhor partido do nosso corpo com a ajuda da mente, e tantos outros envolvidos, em maior ou menor grau, nesta espantosa arena do conhecimento humano.
Por cá, em Lisboa, não existe uma única sex shop onde valha a pena estar. Não se aprende nada que não possa ser visto num qualquer pop up de uma página de net, não faz justiça ao prazer que o sexo providencia e à saúde mental que pode dar. Ao contrário, incita-nos a viver uma sexualidade esconsa, de vão de escada, onde reinam a mentira e o proibido. E a dor, já agora.