Criativos e Produtores
Não há nada que saber. Neste maravilhoso mundo de gajos e gajas há os fazem a coisa andar e os que se sentam a colher os frutos da acção dos primeiros. Os «go catchers» e os «sit and wait». Os criativos e os produtores. As duas faces desta moeda têm o mesmo valor facial mas a fama que cada uma deles granjeia na arena social tem significados completamente diferentes.
Os criativos são as gajas. São eles quem decide como, onde e porquê. Desenham a trama, o guião, definem personagens e o princípio, meio e fim da história nasce das sinapses cerebrais que nos encantam. Vivem num mundo só deles e onde só eles existem.
Do outro lado da barricada estão os produtores, os gajos. Os laboriosos, dedicados, fiéis seguidore, os que transformam as intenções em situações reais sem questionar a dramaturgia da história.
Uns e outros não vivem sem uns e outros. Os intrincados criativos não passam sem a simplicidade da produção, sob pena de viverem em cima de sensações, ideias e sonhos nunca concretizados. Aos produtores falta-lhes ter prerrogativa, beneplácito, e terminar com o primado da ideia sobre a sua exequibilidade.
A tradução relacional de tudo isto é fácil. Há a caça e o caçador, quem nasceu com o gene da espera e manipula o jogo pela paciência e os que são falhos dessa virtude e que acabam por desvirtuá-lo por falta de comparência.
Eu sou, obviamente, uma produtora. Deixei de ir a jogo.