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cenas de gaja

01
Abr08

Big deal

sissi

Não sei se viram no Domingo passado a reportagem da SIC, estranhamente denominada «Donas de Casa Desinibidas», que versava sobre a forma como as mulheres, em bandos, decidem matar a curiosidade sexual.

 

De facto, a SIC decidiu descobrir a pólvora e entrevistar duas senhoras da Mala Vermelha, que fazem demonstrações de brinquedos sexuais ao domicílio, logo, longe dos olhares e juízo alheio, bem como umas outras do um espaço em Campo de Ourique, exclusivo a mulheres.

 

Registei, sem apreço, que, de facto, a foda faz rir, já que toda a reportagem foi perfumada com gargalhadas e palavras acabadas em «inho», como se estivessem a falar da Barbie ou de brinquedos do Toys´r' Us. «Este vibradorzinho tem grande saída...» Blhéq!

 

Também gostei de saber que na Mala Vermelha «não se vê nada de Porno ou sexual. Só situações eróticas...» Alguém lhe explique que faz tudo parte do mesmo universo, por favor, e que lhe diga que o Erotismo não é exclusivo do sexo feminino, da mesma forma que a Pornografia não é beneplácito dos homens. Puxar para nós o «sexo light» é permanecer na falácia de que não fodemos, só fazemos amor e perpetuarmos esta visão dual e infantil da coisa.

 

Pérolas como «aquilo já não está, foi-se» saída da boca de alguém que mostra e demonstra artigos sexuais é o equivalente à linguagem dos bebés: ridícula e imperceptível.

Da mesma forma que me parece pueril que a frase «descrição é a palavra de ordem» seja dita à saciedade de cada vez que tentam justificar, de forma mais que legítima, a existência da Mala Vermelha. Mas é a palavra de ordem porquê? Não digo que devam colocar neons por cima da cabeça mas esconder-se do quê? Não são demonstradoras? Enfim. Esta ideia está a par do tom usado. Assim um misto entre manicure de 3 euros e cabeleireira de 6: brejeirice para dar e vender num get together que mais parecia uma despedida de solteira.

 

All in all, deixou-me triste esta reportagem. Por perceber que, apesar destes esforços, continuamos a viver o sexo sem cor e de forma solitária. Juntamo-nos em espaços sem homens cortando a comunicação com quem mais devemos partilhar. Afinal de contas, fodemos com quem?

 

Mantemos o discurso feminino bacoco, assente na ideia do segredo que, por sua vez, potencia o cariz clandestino do sexo no feminino. Ou seja, é uma pescadinha de rabo na boca alimentada por nós. Somos modernas porque procuramos no recesso do lar e entre amigas justificação para a curiosidade e o desejo? Somos muito à frente porque discutimos entre nós assuntos naturais e normais em espaços que sabemos não ser infestado por testosterona? Big deal.

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