Edital
É extraordinário. A cada entrevista que dou ou súbdito novo que conheço, a pergunta que está na cabeça de todos é arremessada para o mundo, qual cartesiano em trabalho de parto: então e os teus pais o que é que pensam das coisas que escreves?
Momento em que Sissi faz um favor à humanidade:
Nâo vou dizer que a minha escrita seja do total agrado do Rei e da Rainha-Mãe. Na realidade, ler-me deve ser parecido com ouvir-me foder. E há coisas que os pais não devem saber sobre os filhos e vice-versa. Para eles, eu sou a melhor do mundo, a mais perfeita, a mais tudo, e o facto de escrever sobre foda (para ser redutora...) não retira um milímetro a este contexto. Logo, perguntarem-me o que acham o Rei e a Rainha sobre o facto da Princesinha deles escrever sobre sexo é, em dias de TPM, ofensivo. Nos outros, é só profundamente idiota.
Porque até parece que o que faço aqui neste Palácio é vociferar ódios refervidos, maldizer e empochar coisinhas pequeninas e ergonomicamente feias. Ou que sou desonesta, uma sacana da pior espécie, filha da puta com requintes de malvadez, impostora e hipócrita. Se eu fosse assim, não tenho dúvidas que seria triste lançar livros e ter sucesso com tanta bad vibe. Mas não. Eu escrevo livros, falo e estudo (empiricamente também...) sobre sexo, uma coisa que todos gostamos e, no limite, a razão pela qual cá estamos hoje.
Por isso, como dizia o Larry Flynt (vénia), relax, it´s just sex...