Sissi na FHM - dirty talking
Ter sexo é, antes de mais, comunicar com o corpo. Mas muitos há para quem as palavras pesam no desejo como lastro para um orgasmo profundo e intenso. Como se as letras e as frases catalizassem vontades e tesões várias em verborreia proibida e jargão próprio.No entanto, se é assim tão prazeroso, porque razão se chama dirty talk? Talvez porque em português a musicalidade seja outra...
Aliar a sujidade ao sexo só pode ser obra da Obra judaico-cristã e da alimária que inventou esta expressão. E mesmo que essas duas palavras coladas à higiene da coisa não tenham género, ou seja, são usadas no menino e na menina, nas mulheres a coisa pesa, pelo menos assim pensam ainda muito homens. Como se um «fode-me» sussurrado levemente por uma voz feminina não fizesse ressuscitar desejos e enterrar preconceitos. Como se a manifestação de vontades não fosse, por si só, àlcool etílico em fogueira. Especialmente porque esta dirty talk tem um código e tempo muito próprios, acoplados a um momento que ora se aguarda com expectativa ora se gera por iniciativa. Neste muito particular, as mulheres ainda amocham perante o jugo das ideias feitas. Mas como Sissi cá está para lhes dar a volta, eis que esta mês eu e a Bíblia decidimos orientar este Salmo todinho para elas. Prestem atenção minhas queridas. Sissi ensina a arte de mal falar como uma verdadeira lady, a asneirar como se pronunciassem os contornos da mais bela rosa e a fazer tresmalhar o seminarista mais convicto.
E na capa diz que há morangos.
Enjoy!