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cenas de gaja

09
Jul07

Swallow

sissi
Interessa-me pouco saber quem engole ou deixa de engolir. Até porque parto do princípio que impera o livre arbítrio. Gosta-se, engole-se, não se gosta, não se engole. Tout court. Verdadeiramente interessante é saber porque razão há mulheres que não engolem, gostando, e homens que valorizam o acto de engolir como se dele dependesse o êxito da performance. Tipo selo branco...

Depois de aturado interrogatório aos homens da minha vida, fiquei a saber que há muitas mulheres que não fazem broches. Nem vale a pena falar das que o fazem mal, porque há sempre homens que vão gostar do desempenho delas e não vamos agora estar a discutir o sexo dos anjos. Simplesmente, há mulheres que não têm iniciativa de o fazer nem reagem perante a sugestão masculina. Acredito e compreendo que, mais uma vez, haja quem não goste, preferindo outras práticas igualente prazerosas. Dedico estas linhas a quem, gostando, não o faz por medo da opinião alheia, neste caso do macho. O mesmo se aplica ao engolir. Actos diferentes, parâmetros semelhantes. Ora, se gostam da coisa e vão até ao fim, não engolem porque...enfim...«valha-me Deus que eu sou das sérias...?» Adiante.

Outro aspecto curioso do engolir, é ver o ar agradecido do macho quando percebe que a mulher sugou até à ultima gota a sua bomba calórica de proteínas. Invariavelmente acontece. Há os que acham piada, valorizam e passam à frente e os que ainda durante o cigarro pós-coital, continuam a falar no assunto: «bolas...tu engoliste...», com um ar meio aparvalhado, como se lhe lhe tivéssemos passado um atestado de competência por ter engolido.

Uma e outra situações, suponho, virão da mesma fonte. A que coloca a moral na cama, lugar onde só o corpo e a imaginação devem vingar. É uma espécie de sexo a quatro. Dois e a sua respectiva. Uma mulher que não mama nem engole com medo de despoletar uma reacção no outro dificilmente se sentirá satisfeita no plano sexual. Da mesma forma, um homem que sobrevaloriza um acto que é, só e apenas, de puro prazer, corre o risco de ver cenários em palcos desertos.

Enfim. Andamos todos desencontrados. É o que é.

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