26
Jun07
EX
sissi
«Ex-comungado», «ex-cisado», «ex-cluído», ex-namorado. O que é um Ex? A ver pela forma como os tratamos muitas vezes, um ex-namorado é apenas que alguém que estava e já não está. Um fantasma de uma ópera pouco bufa, com contornos de novela venezuelana. Ou não.
Se olharmos para trás, por onde andam as pessoas por quem chorámos e a quem jurámos amor eterno? Onde está o objecto das cantigas de amor ou das canções do bandido? Depois de saírem da nossa vida, onde ficam os fiéis depositários do nosso afecto? Ficam numa finisterra algures entre o onde e o lado nenhum, tão lá ao fundo que o nosso GPS não identifica. Excepto numa situação. Precisamente aquela em que a ópera se torna realmente bufa e de ex-namorado o tenor passa a grande amigo das ocasiões aflitas.
Quantos de nós não nos enrolámos já com os ex-parceiros? Naquelas noites onde ansiamos por um colinho bom, ao qual insistimos em chamar de tesão, quantos não percorremos a lista telefónica parando, assim por acaso, num número que conhecemos de cor? E aí o que fazemos? Ligamos, fazemos conversa de circunstância, tentamos saber se há mais alguém na linha de quem está do outro lado da linha, sugerimos um encontro para «matar saudades» e aprontamo-nos para ele, de facto, prontos para matar! Conversa puxa conversa e trau! Todo lá dentro. Todo cá dentro. Voltamos a um sítio com memória e, por isso, cheio de alguma coisa, ainda que inócua. E vamos para casa, contentinhos, a pensar que nos passou a tesão, quando, no fundo, no fundo, o que gostámos mesmo foi do colinho bom daqueles momentos.
Se a foda foi boa? Apostaria o meu dinheiro que sim. Mas não era disso que tratava. Ou era?
Se olharmos para trás, por onde andam as pessoas por quem chorámos e a quem jurámos amor eterno? Onde está o objecto das cantigas de amor ou das canções do bandido? Depois de saírem da nossa vida, onde ficam os fiéis depositários do nosso afecto? Ficam numa finisterra algures entre o onde e o lado nenhum, tão lá ao fundo que o nosso GPS não identifica. Excepto numa situação. Precisamente aquela em que a ópera se torna realmente bufa e de ex-namorado o tenor passa a grande amigo das ocasiões aflitas.
Quantos de nós não nos enrolámos já com os ex-parceiros? Naquelas noites onde ansiamos por um colinho bom, ao qual insistimos em chamar de tesão, quantos não percorremos a lista telefónica parando, assim por acaso, num número que conhecemos de cor? E aí o que fazemos? Ligamos, fazemos conversa de circunstância, tentamos saber se há mais alguém na linha de quem está do outro lado da linha, sugerimos um encontro para «matar saudades» e aprontamo-nos para ele, de facto, prontos para matar! Conversa puxa conversa e trau! Todo lá dentro. Todo cá dentro. Voltamos a um sítio com memória e, por isso, cheio de alguma coisa, ainda que inócua. E vamos para casa, contentinhos, a pensar que nos passou a tesão, quando, no fundo, no fundo, o que gostámos mesmo foi do colinho bom daqueles momentos.
Se a foda foi boa? Apostaria o meu dinheiro que sim. Mas não era disso que tratava. Ou era?