09
Mai07
Sissi Responde - A Dor
sissi
Há emails que chegam ao Sissi Responde que por uma questão de pudor e respeito, mesmo quando autorizada para tal, não me atrevo a publicar aqui pelo sofrimento que os impregnam. Esta é uma delas, da qual publicarei estas frases que vos mostro, e cuja resposta servirá para todas aquelas que são enviadas com o mesmo conteúdo e a mesma pergunta.
O amor da minha vida decidiu que eu não sou a mulher da vida dele. Sinto-me morta por dentro.
Súbdita Devidamente Identificada
Estimada Súbdita
Por mais estranho que possa pensar, Sissi é uma princesa mas é, antes de mais, uma mulher. E é como mulher que lhe digo que não há forma de atenuar o sofrimento que agora sente. Não há comprimidos, poções mágicas ou feitiçarias – para usar uma linguagem que conhece...- que faça desaparecer essa dor que a trespassa. Quando amamos muito alguém queremos com a mesma força que ela fique connosco no «felizes para sempre» ideia na qual, especialmente nós, mulheres, fomos formatadas. É legítimo que todos nós queiramos alguém à nossa medida, com tudo aquilo que gostamos e descartando o que nos aborrece ou nos deixa inseguros. Mas isso é, com a mesma força, igualmente infantil e impossível. A dor é uma etapa que não pode eliminar, sob pena de nunca crescer por dentro. Sim, que não é na felicidade que vamos mais longe. Nem no esquecimento ou na mentira. É sofrendo e errando. Aproveite a tristeza que tem entre mãos e estruture-se. Tome conta de si, mime-se. Rodeie-se de pessoas positivas e abra-se para o mundo. E se fraquejar e lhe apetecer dizer ao seu amor que ele ainda é o seu amor, desde que não de uma forma constante e patológica (e digo-o por si, entenda...), não se culpe. Isso não é uma forma de fraqueza mas de força. Sim, é preciso ser forte para assumirmos o afecto quando ele não é retribuído ou é esconso. Mas pense nisso como um caminho, como uma etapa que não poderá nunca queimar porque, feliz ou infelizmente, ainda não existem manuais sobre como lidar com as separações. Quanto à questão que me coloca – se acha que ele vai voltar para si – eu devolvo-lhe outra: será que você vai querer voltar para ele? Acredito que isto agora não lhe faça sentido, mas se pensar mais em si e menos nele a coisa ameniza... A única garantia que lhe dou é que passa...o tempo cura tudo...e que depois de passar você estará outra. Basta que para isso se dê mais valor, olhe para dentro de si e repita, todos os dias, várias vezes ao dia: Eu sou grelame do melhor!
PS. Este Consultório foi, talvez, «demasiado consultório» mas impunha-se. Os mails de gente magoada chegam às carradas...
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras. Missivas para aqui: sissiresponde@yahoo.com
O amor da minha vida decidiu que eu não sou a mulher da vida dele. Sinto-me morta por dentro.
Súbdita Devidamente Identificada
Estimada Súbdita
Por mais estranho que possa pensar, Sissi é uma princesa mas é, antes de mais, uma mulher. E é como mulher que lhe digo que não há forma de atenuar o sofrimento que agora sente. Não há comprimidos, poções mágicas ou feitiçarias – para usar uma linguagem que conhece...- que faça desaparecer essa dor que a trespassa. Quando amamos muito alguém queremos com a mesma força que ela fique connosco no «felizes para sempre» ideia na qual, especialmente nós, mulheres, fomos formatadas. É legítimo que todos nós queiramos alguém à nossa medida, com tudo aquilo que gostamos e descartando o que nos aborrece ou nos deixa inseguros. Mas isso é, com a mesma força, igualmente infantil e impossível. A dor é uma etapa que não pode eliminar, sob pena de nunca crescer por dentro. Sim, que não é na felicidade que vamos mais longe. Nem no esquecimento ou na mentira. É sofrendo e errando. Aproveite a tristeza que tem entre mãos e estruture-se. Tome conta de si, mime-se. Rodeie-se de pessoas positivas e abra-se para o mundo. E se fraquejar e lhe apetecer dizer ao seu amor que ele ainda é o seu amor, desde que não de uma forma constante e patológica (e digo-o por si, entenda...), não se culpe. Isso não é uma forma de fraqueza mas de força. Sim, é preciso ser forte para assumirmos o afecto quando ele não é retribuído ou é esconso. Mas pense nisso como um caminho, como uma etapa que não poderá nunca queimar porque, feliz ou infelizmente, ainda não existem manuais sobre como lidar com as separações. Quanto à questão que me coloca – se acha que ele vai voltar para si – eu devolvo-lhe outra: será que você vai querer voltar para ele? Acredito que isto agora não lhe faça sentido, mas se pensar mais em si e menos nele a coisa ameniza... A única garantia que lhe dou é que passa...o tempo cura tudo...e que depois de passar você estará outra. Basta que para isso se dê mais valor, olhe para dentro de si e repita, todos os dias, várias vezes ao dia: Eu sou grelame do melhor!
PS. Este Consultório foi, talvez, «demasiado consultório» mas impunha-se. Os mails de gente magoada chegam às carradas...
Disclaimer: Este consultório não é profissional, como imaginam. Aqui não se resolvem problemas, conversam-se. O que terá apenas a importância que cada um de nós lhe der. As questões serão respondidas por ordem de chegada, todas as quintas-feiras. Missivas para aqui: sissiresponde@yahoo.com