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cenas de gaja

22
Fev10

(...)

sissi

De facto, este blog já mete nojo. Mas só porque há gente que não vale um caralho. Por mim, continuem a meter-se em bicos dos pés, a ver se me incomodam. Nem precisam de me pedir desculpa. Na realidade, eu é que tenho de vos pedir desculpa por ser uma gaja educada, fixe e boa pinta, e ter uma vida feliz. Desculpem. A sério.

19
Fev10

Sissi na FHM - Long Live FHM

sissi

Esta é a última crónica que escrevo para a FHM. A melhor revista de homens do país, com a melhor equipa do mundo, vai fechar após a saída deste último número. E mesmo sabendo que tudo tem um prazo de validade, a começar pela própria Vida, não deixo de sentir uma já saudade e nostalgia pelos três anos e tal de amizade e carinho. Obrigada a todos por sempre me terem tratado como uma verdadeira Princesa. 

Beijos muitos. Love you all. 

 

 

 

Tal como tudo na vida, o sexo também está impregnado de conceitos e preconceitos que não têm outra finalidade que não alimentar discussões e conversas de prostíbulo. Ou de taberna. Ou de qualquer outro local onde o a dicotomia mental «homem garanhão, mulher vaca» se aplique relativamente ao número de parceiros sexuais de machame e grelame. E não há nada a fazer. Por mais voltas que a Terra dê à volta do Sol ou que o Sporting tente fazer um jogo decente, a verdade é que uma mentira dita muitas vezes pode mesmo tornar-se uma verdade. Insofismável, pelos vistos. Daqueles que nem as gerações vindouras poderão apagar.
E perguntam vocês: «Oh Sissi, rainha e não Princesa dos ditames sexuais, de que raio falas tu?» E eu respondo: da velha ideia instalada em tudo o que é cabecinha pequena, de que uma mulher com desejo e segurança suficiente para procurar parceiros sexuais é uma vaquinha, e um homem nas mesmas condições é um puro lusitano. Bem sei que discutir esta questão é um pouco como elucubrar sobre o sexo dos anjos, mas façamos este exercício. Até porque, à primeira vista, esta poderia ser uma ideia propalada apenas pelos machos. Ou seja, apelidar uma mulher de «fácil» ou de «porca» dependendo do número de homens com quem pública e supostamente dormiu, parece ser um trabalhinho sujo de um qualquer macho em fúria após levado um coice de rejeição. Mas é pior. Também nós, gajas, contribuímos igualmente, para que este tipo de vómito palavroso disfarçado de opinião nos acerte em cheio onde menos interessa: entre as penas e no meio da auto-estima.
Na realidade, não encontro uma razão concreta para tão adversa e díspar forma de tratamento. Porque razão um homem ganha crédito por degustar tudo o que tenha duas perninhas e um buraco e a mulher não possa aplacar a sua boca em todos os Falos que lhe apetecer? Porque razão as mulheres são estigmatizadas e os homens imunes às criticas? Porque razão uma mulher que pose para uma revista masculina é uma porca e um homem é só alguém que vai muito ao ginásio e tem bons abdominais? Porque razão, quando pensamos em mulheres que fazem da sua vida e do seu corpo o que bem entenderem, dotamos o pensamento de todos os adjectivos pejorativos e concretos que conseguimos encontrar, e quando pensamos num homem não vamos além do que os nossos olhos vêm?
Obviamente, isto não é de agora. Desde tempos imemoriais que os homens usam este tipo de double standard para o achincalho social das mulheres. É simples. Basta um chuto no traseiro ou uma nega mais elaborada que a palavra «vaca» facilmente substitui uma explicação real, verdadeira e, clara está, provinda de egos amachucados. Mas seria de esperar que em 2010 essa diferença já estivesse mais esbatida. Por isso, grandes queridos e grandes queridas, toca a pensar antes de chamar «fácil» a alguém. Cuidado com os telhados de vidro.
11
Fev10

Bad Boys - The Final Cut

sissi

Uma última achega só para terminar o assunto por aqui:

 

Depois das ultimas respostas, grandes queridas, temo ter verificado o pior: na realidade, custa-nos fugir a esta espécie de imperativo categórico em que um bad boy é um boy a precisar de colo. A falácia pela qual os nossos sinos dobram é, parece-me, incontornável: de chuto no cú em chuto no cu até à salvação final. E se em vez de bebés disfarçados de bad boys, os ditos forem de facto sacanas sem lei? E se, como disse o Freud, um charuto, por vezes, for apenas um charuto? Uma vez todas caímos, lá está. E eu não fujo à regra. Mas evitemos a recorrência, até porque que é muito old school. E quando as minhas queridas quiserem juntar o instinto maternal a lado benfazejo e lhes apetecer retirar alguém das trevas do «bad boy'ismo», vão até ao LIDL que o que não falta por lá são ucranianos a precisar de serem salvos.

 

E já agora, para rematar, este blog é guilt free. Anonimato e culpa nem sempre andam juntinhos. Não peço desculpa por existir nem por foder, ou não, quem quero. Mas há empregadores que não pensam assim. Va savoir.

 

Por falar na minha persona real, amanhã volto com notícias.

10
Fev10

Bad boys? No, thanks.

sissi

Just for the record, não tenho, nem nunca tive, especial apreço pelos bad boys. Talvez porque não gosto que joguem com a minha vontade e os meus desejos nem consigo perceber a linha ténue entre um tipo destes e um filho da puta.

Além disso, e a ver pelas respostas que deram, parece-me que esta é uma questão demasiado polarizada. Ou seja, um bad boy dá tesão e faz-nos subir paredes, e um tipo de bom coração é um pateta alegre que não intumesce mamilos de presidiárias de longo curso. Um bad boy tem ar de rufia que nos diz, acto contínuo, que a cama é a sua área de expertise, e um tipo com bom coração é um idiota que nem sarapitolas bate.

Sem querer entrar pelo caminho óbvio que me diz que ninguém é apenas uma coisa ou outra, mas percebendo que todos temos um padrão de comportamento que nos define a espaços, pergunto-vos, gajame do meu coração: se um bad boy é bad news, será apenas o sexo que chama por vós? Que espécie de death wish é este que temos quando, ao sabermos que ali há gato, deixamos todas as nossas premissas e valores de lado e vamos lá meter o nariz a ver se ele arranha?

Meninas, vamos lá a ser fortes e pensar um bocadinho. Cair todas caímos. E ainda bem. Só não vale cair sempre.

 

04
Fev10

Ironia em jeito de TPM

sissi

E de repente, ser inteligente é mais importante que tudo o resto. Na nossa escala de avaliação alheia, o primado do intelecto vigora sobre todas as outras características, afectivas e emocionais, como se as sinapses e os neurónios explicassem e resolvessem todas as dores.

Num tempo em que andamos todos desencontrados, com medo de nos espetarmos sozinhos na primeira curva afectiva, premiar a inteligência como factor supremo de interacção e ligação humana ate me parece normal. Escudamo-nos na verborreia, na assertividade, na conclusão fácil e rápida, na capacidade com que relacionamos assuntos e matérias, como se também isso não tivesse, como tudo, uma base emocional. Espantamo-nos com os predicados racionais dos outros e isso ofusca e sublima o que (também) faz de nós pessoas. No limite, agarramos sem largar o que nos parece mais concreto, mais visível, e obliteramos, por completo, o que nos distingue uns dos outros.

É irónico. Mas real.

 

 

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