Perfídia
Debato-me profundamente entre a obrigação da sinecura diária e as viagens da imaginação. Ouço em repeat a Perfídia, na maravilhosa versão do não menos maravilhoso Ibrahim Ferrer, enquanto me tento embrenhar num guião que, ao pé das aventuras para as quais a música me leva, é tão interessante quanto uma bula de medicamentos.
O bom gosto deste jazz com caribbean flair renomeia o conceito de daydreaming e coloca-me num qualquer tablao cubano, onde me abano levemente ao som do bolero futurista do Ferrer. O calor cola-me o cabelo aos ombros e distende-me os gestos. Descalça, danço e penso que pérfido mesmo é não haver ninguém que me agarre o quadril enquanto a musica ainda vive. Mas houve. Há.
http://uk.youtube.com/watch?v=0ajtgbnQ-CY